Vulnerabilidade no Google Earth possibilita invasão do dispositivo da vítima

O pesquisador de segurança argentino Fabián Cuchietti apresentou na Ekoparty 2018, conferência realizada esta semana em Buenos Aires, a descoberta de uma vulnerabilidade no Google Earth que permite que um cibercriminoso entre no dispositivo da vítima e acesse suas contas.

Vulnerabilidade no Google Earth possibilita invasão do dispositivo da vítima

Cuchietti desenvolveu um exploit que se aproveita dos arquivos KMZ usados pelo Google Earth para empacotar um conjunto de arquivos e compactar o conteúdo a fim de facilitar o download.

Desta forma, o especialista demostrou que um cibercriminoso pode estabelecer uma conexão inversa entre seu computador e a vítima, que é infectado apenas ao abrir uma localização, sem precisar baixar nada.

Mestre Jedi Vulnerabilidade no Google Earth possibilita invasão do dispositivo da vítima  O pesquisador disse que começou com essa pesquisa há sete meses. “Escolhi procurar vulnerabilidades no Google Earth porque tinha coisas interessantes e também porque é um produto usado por muitas empresas e organizações, como a NASA”, explicou o especialista.

A ferramenta do Google pode ser usada, por exemplo, por uma empresa de petróleo para criar seus mapas ou por atletas que a usam para criar trilhas de caminhada.

O importante da descoberta é que, por meio de um produto do Google, um cibercriminoso pode causar muitos danos apenas compartilhando uma localização por meio de um link ou coordenadas e, assim, roubar a conta do Gmail, Facebook, sequestrar cookies, arquivos do dispositivo e qualquer serviço ao qual a vítima esteja conectada. Além disso, o bug pode afetar a todos os sistemas, como Windows, Linux, Mac, iOS ou Android, explicou o especialista.

Como um usuário pode ser infectado através desta vulnerabilidade?
Se alguém compartilhar uma localização na qual um cibercriminoso tenha incluído um código malicioso, quando o usuário clicar nela, um pop-up será aberto com os detalhes da localização compartilhada, que pode ser de uma empresa, um parque ou uma agência do governo, que inclui fotos desse ponto, comentários, etc. Portanto, cada usuário que procure informações sobre uma empresa na qual o invasor tenha inserido o código malicioso será infectado.

Desta forma, um cibercriminoso pode ativar uma conexão reversa, ou seja, o computador infectado abre uma porta para que o invasor possa entrar. Depois de acessar o dispositivo, o invasor pode atacar do outro lado com o intuito de persistir. Algo importante é que a vulnerabilidade permite comprometer o dispositivo de uma vítima sem que seja necessário que o usuário baixe algo, razão pela qual nenhum antivírus a detectou, esclareceu Cuchietti.

A vulnerabilidade no Google Earth já foi reportada para o Google e a empresa confirmou que está trabalhando em uma correção.

Fonte: Blog WeLiveSecurity da ESET Brasil

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