Quando pensamos no universo em grande escala, e quando queremos usar isso para medir como o universo expande, existe um problema.
Quando os astrônomos usam técnicas diferentes para medir a expansão do universo, ele obtém valores diferentes.
E isso é um problema, pois deveriam obter os mesmos resultados.
Vamos entender quais são as duas maneiras de medir a expansão.
Uma delas é usando supernovas relativamente próximas, as supernovas são grandes explosões, que permitem que possamos medir com precisão a distância até as galáxias e com isso estimar a taxa de expansão do universo.
A outra técnica é usando a radiação cósmica de fundo, os astrônomos usam as pequenas diferenças de temperatura existentes na radiação cósmica que permeia todo o universo para estimar a constante de Hubble e consequentemente definir a taxa de expansão do universo.
Essa discrepância gera um problema para a cosmologia.
Mas, talvez a natureza tenha se encarregado de resolver esse problema para nós.
Em 2013, foi estudado e definido o fato da nossa galáxia, a Via Láctea estar localizada numa região do universo onde a densidade de galáxias é matéria é relativamente menor.
Isso, coloca a nossa galáxia num chamado vazio cósmico.
O nosso vazio é conhecido como o Vazio KBC em homenagem aos pesquisadores Keenan, Barger e Cowie.
Esse vazio tem um raio de aproximadamente 1 bilhão de anos-luz, e é considerado o maior vazio conhecido no universo.
E agora em 2017, um novo estudo confirmou esse vazio, confirmou as estimativas anteriores e ainda disse que não existem restrições observacionais para refutar essa ideia.
Para vocês terem uma ideia, imaginem o universo como um queijo suíço, cheio de buracos, nós vivemos num desses buracos.
As outras regiões, que seriam os nós da teia cósmica, seriam povoadas por aglomerados de galáxias e super aglomerados de galáxias.
Além de toda essa confirmação, o estudo recente de 2017 resolve o problema da medida da expansão do universo.
O fato da Via Láctea estar num desses vazios, faz com que exista mais matéria fora do vazio, exercendo uma atração gravitacional um pouco maior.
Isso afetará o valor da constante de Hubble medido com a técnica da supernova, mas não afetará o valor medido com a radiação de fundo, e desse modo a discrepância existente desapareceria.
Assim os astrônomos, mesmo usando técnicas distintas chegariam à mesma taxa de expansão do nosso universo.
E viveriam felizes para sempre!!!
Fontes:
https://phys.org/news/2017-06-celestial-boondocks-idea-void.html
Celestial boondocks: Study supports the idea that we live in a void
https://www.forbes.com/sites/startswithabang/2017/06/07/were-way-below-average-astronomers-say-milky-way-resides-in-a-great-cosmic-void/#9edaaf16d055
Canal Space Today
https://www.youtube.com/channel/UC_Fk7hHbl7vv_7K8tYqJd5A