Por: Ned Oliveira
Uma análise de distorções no fundo de microondas cósmicas revela informações sobre o gás dentro de grandes vazios no espaço.
As galáxias tendem a ser os destaques da astronomia.
Mas os pesquisadores estão descobrindo que há muito o que aprender ao estudar os vazios cósmicos, faixas de espaço na maior parte vazia, centenas de milhões de anos-luz.
A temperatura e a pressão do gás em vazios poderiam, por exemplo, fornecer indícios de como os ciclos de energia atravessam o cosmos.
David Alonso, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e colegas já tomaram um dos primeiros passos para a determinação dessas propriedades de gás, analisando como o gás distorce a luz do Universo adiantado.
O fundo cósmico de microondas (CMB) é a primeira luz lançada no cosmos, aproximadamente 380.000 anos após o big bang.
O gás intergaláctico aumenta a energia dos fótons do CMB, e essa distorção é uma poderosa exploração do gás em aglomerados de galáxias.
Mas ninguém havia usado para estudar vazios.
A equipe de Alonso combinou mapas do CMB com imagens de 774 vazios cósmicos.
Os pesquisadores então deduziram as propriedades do gás dentro de cada vazio, comparando a energia medida dos fótons CMB com os modelos da pressão elétrica em vazios.
Eles descobriram que a pressão é menor em vazios do que a média cósmica.
Este resultado mostra que pouco acontece nos vazios, e isso pode significar que os vazios evoluíram passivamente ao longo da idade do Universo.
Mas há sugestões nos dados de que o gás pode estar mais quente do que o esperado.
Essa descoberta aguarda uma pesquisa minuciosa, pode ser um sinal de que jatos poderosos de buracos negros supermassivos estão bombeando energia para o gás intergaláctico e ajudando a moldar o cosmos.
Créditos da imagem: D. Alonso/University of Oxford
Fonte: https://physics.aps.org/synopsis-for/10.1103/PhysRevD.97.063514
Artigo original:
spacetoday.com.br