Estruturas massivas de ar se movendo que parecem como ondas na atmosfera de Júpiter foram detectadas a primeira vez pelas missões das sondas Voyager da NASA, durante os sobrevoos pelo planeta em 1979. A câmera JunoCam a bordo da missão Juno da NASA na órbita de Júpiter também tem feito imagens detalhadas da atmosfera do Gigante Gasoso. A JunoCam tem detectado trens de ondas atmosféricos, estruturas atmosféricas que se seguem, uma após as outras enquanto varrem todo o planeta, com a maior parte delas concentrada perto do equador de Júpiter.
O imageador JunoCam consegue resolver as menores distâncias entre as cristas individuais das ondas nesses trens, melhor do que qualquer sonda ou missão que já visitou Júpiter. Essa pesquisa fornece uma informação muito valiosa tanto sobre a dinâmica da atmosfera de Júpiter como sobre a estrutura das regiões localizadas abaixo das ondas.
“A JunoCam tem contado mais trens de ondas distintos do que qualquer outra missão desde a Voyager”, disse Glenn Orton, um cientistas da Juno no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia. “Os trens, que consistem desde de duas ondas até uma aglomeração de dezenas de ondas, pode ter uma distância entre as cristas variando de 65 quilômetros até 1200 quilômetros. A sombra da estrutura da onda em uma imagem permitiu que nós pudéssemos estimar a altura de uma onda, cerca de 10 quilômetros”.
A maior parte das ondas são vistas em trens de ondas alongados, espalhados na direção leste-oeste, com as cristas perpendiculares à orientação do trem. Outras frentes em trens de ondas similares, se inclinam significantemente com respeito a orientação do trem de onda e ainda existem trens de onda que seguem uma trajetória mandrante.
“As ondas podem aparecer perto de outras feições atmosféricas de Júpiter, perto de vórtices, ou ao longo de linhas de fluxos, já outros trens não apresentam nenhuma relação com as feições atmosféricas”, disse Orton. “Alguns trens de ondas aparecem como se eles estivessem convergindo, e outros aparecem se sobrepondo, possivelmente em dois níveis atmosféricos distintos. Em um caso, as frentes de onda parecem estar sendo irradiadas do centro de um ciclone”.
Embora as análises continuam sendo feitas, a maior parte das ondas devem ser ondas atmosféricas de gravidade, ondulações que se formam na atmosfera acima de algo que perturba o fluxo de ar, como numa tempestade, ou perturbações do fluxo ao redor de outras feições, ou de algum outro tipo de perturbação que a JunoCam ainda não detectou.
Os instrumentos da JunoCam são qualificados para fazer esse tipo de descoberta. A JunoCam é uma câmera colorida que trabalha na luz visível e que oferece um campo aberto de visão, e que foi desenvolvida para capturar imagens dos polos de Júpiter e de suas nuvens. Ela é considerada os olhos da Juno, e ajuda a fornecer um contexto para os outros instrumentos da sonda. A JunoCam foi incluída na sonda primariamente para realizar um engajamento do público em geral com a missão, mas as imagens possuem uma qualidade tão boa que estão sendo usadas com propósito científico.
A Juno foi lançada em 5 de Agosto de 2011, de Cabo Canaveral na Flórida, e chegou na órbita de Júpiter em 4 de Julho de 2016. Até o momento ela já completou 15 passagens por Júpiter. O décimo sexto sobrevoo da Juno por Júpiter irá acontecer em 29 de Outubro de 2018. Durante esses sobrevoos, a Juno está pesquisando o que acontece abaixo das nuvens de Júpiter e estudando suas auroras, para poder aprender mais sobre a origem, a atmosfera, a estrutura e a magnetosfera do planeta, tudo isso, integrado irá contar a história de Júpiter.
O JPL gerencia a missão Juno para o seu principal pesquisador, Scott Bolton, do Southwest Research Institute, em San Antonio. A missão Juno é parte do Programa New Frontiers, gerenciado pelo Marshall Space Flight Center da NASA, em Huntsville, no Alabama, para o Science Mission Directorate. A empresa Lockheed Martin Space Systems em Denver, no Colorado, construiu a sonda. O JPL é uma divisão do Caltech, em Pasadena, na Califórnia.
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spacetoday.com.br