Sabe aquelas vezes em que você acha que a bateria do seu notebook não dura tanto e que a previsão apresentada pelo sistema é a maior mentira do mundo? Pois você pode estar certo. Um teste decidiu colocar à prova a autonomia prometida pelas empresas e confirmou que praticamente todas as marcas do mercado entregam bem menos do que é apresentado na etiqueta e na caixa dos notebooks. No fim das contas, aquela paranoia de consumidor desconfiado se provou certa.
Os testes foram realizados pelo pessoal da Which?, que colocou 67 notebooks lado a lado executando vídeos na internet via uma rede Wi-Fi e calculou quanto tempo cada um deles levou para ficar completamente sem carga. Para evitar dúvidas e interferências, a análise foi realizada três vezes para que não restassem dúvidas. Ao todo, foram 3 dispositivos da Apple, 6 notebooks da Toshiba, 8 da Acer 8 da ASUS, 10 da Dell, 12 da HP e 20 da Lenovo.
E o resultado mostrou que, com exceção da Apple, ninguém cumpriu o prometido. Na grande maioria dos casos, a diferença entre autonomia prometida e autonomia real era de quase duas horas — o que, para certos aparelhos, correspondia à metade do tempo proposto. No caso da Apple, os Macbooks traziam uma diferença oposta: ao invés de dever tempo, os notebooks tinham de sobra. O MacBook Pro de 13 polegadas, por exemplo, entregava 12 horas de bateria quando a Apple prometia apenas 10h.
Os piores resultados ficaram com a Toshiba, cuja média alcançada não ultrapassava as 4h45 das 7h58 anunciada. A Lenovo não ficou muito atrás, oferecendo somente 4h34 das 6h41 que o consumidor esperava ter adquirido.
Um dos casos mais marcantes foi o do Acer E15, que entregou menos da metade da autonomia prevista. Quem comprou o notebook esperando ficar 6h longe da tomada teve de procurar o carregar com apenas 2h56 — ou seja, mal dava para assistir a um filme do Peter Jackson.
E o que mais impressiona é que o péssimo desempenho da maioria das fabricantes vem em algo que deveria ser simples. Como dito, o teste da Which? é baseado apenas no uso cotidiano, ou seja, navegação na internet e reprodução de vídeo — duas ações que não deveriam consumir tanta energia. Se com esse uso comum eles já deixaram a desejar, pode ter certeza de que a situação fica ainda mais crítica quando você passa a exigir um pouco mais do computador.