Que semana para a astronomia, ontem o anúncio do reservatório de água subterrânea em Marte, hoje o ESO e amanhã dia 27 o eclipse total da Lua.
Hoje, dia 26 de Julho de 2018, pela manhã, o ESO fez uma conferência de imprensa para mostrar resultados impressionantes obtidos pelo VLT.
O ESO vinha anunciando essa conferência e muitos chegaram até a pensar que seria a tão famosa já, foto do buraco negro, não foi dessa vez, mas o anúncio está relacionado com o buraco negro supermassivo da Via Láctea.
Todo mundo sabe, e se não sabe ainda vai saber agora, que no centro da Via Láctea, a cerca de 26 mil anos-luz de distância da Terra, existe um buraco negro supermassivo com uma massa equivalente a 4 milhões de vezes a massa do Sol.
Esse buraco negro se chama Sagittarius A*.
Pelo fato de estar no centro da Via Láctea, uma região repleta de nuvens espessas de gás e poeira é complicado estudar os efeitos que causa ao seu redor, embora seja algo mais do que importante.
Uma maneira de estudar essa região é por meio de instrumentos que registrem a radiação no comprimento de onda do infravermelho.
E foi isso que o ESO fez, usou o VLT e uma série de instrumentos que registram no infravermelho como o GRAVITY, o SINFONI e o NACO para realizar observações detalhadas dessa região da galáxia.
Essas observações vem sendo feitas a cerca de 26 anos, e o objetivo é estudar o comportamento das estrelas chamadas S2.
Essas estrelas passam bem perto do Sagittarius A* e são um verdadeiro laboratório para entender como se comporta o nosso buraco negro supermassivo.
No ponto mais próximo da buraco negro, a estrela passa a 20 bilhões de quilômetros do buraco negro a uma velocidade equivalente a 3% da velocidade da luz.
Essa região da nossa galáxia muito extrema, também é o laboratório ideal para testar teorias importantes, incluindo a Teoria Geral da Relatividade de Einstein, ou seja, nessa região é possível testar efeitos previstos por Einstein de maneira experimental.
E foi isso que foi feito.
Ao estudar as estrelas S2, os pesquisadores compararam os efeitos observados com as previsões feitas pela Gravidade Newtoniana, e pela Teoria Geral da Relatividade.
Quando a estrela passa perto do buraco negro ela sofre um efeito chamado de desvio para o vermelho gravitacional, e a variação no comprimento de onda da luz da S2 está precisamente de acordo com os desvios previstos pela relatividade geral de Einstein.
A Teoria da Relatividade, como eu sempre falo, é colocada à prova de tempos em tempos, ela já passou em testes próximo da Terra, já passou em testes no sistema solar, já passou em testes em galáxias distantes, e agora acaba de passar em mais um teste, talvez o mais rigoroso, feito em um dos ambientes mais extremos encontrados na nossa galáxia.
E não para por aí, no momento em que a estrela está mais perto do Sagittarius A* os astrônomos registraram esse efeito de desvio para o vermelho gravitacional, mas agora quando a estrela estiver mais longe, outro efeito relativístico poderá ser estudado, a chamada Precessão de Schwarzchild.
Einstein, sem instrumento algum, fez previsões, teorias e cálculos notáveis, que precisaram de mais de um século de desenvolvimento tecnológico e da utilização do que se tem de mais moderno hoje na astronomia para provar tudo que ele previu, e ele está indo bem, a todos os testes em que é submetido, a sua teoria, tão massacrada por alguns passa e passa com louvor.
Por isso você ja sabe: #EINSTEINESTAVACERTOMAISUMAVEZ
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