Existem várias técnicas de se descobrir exoplanetas.
Cada uma tem uma certa aplicação.
A técnica do trânsito é talvez a mais famosa, e a que mais descobriu exoplanetas até agora, mas e quando o planeta não passa na frente da sua estrela transitando-a, como é possível descobrir esse exoplaneta?
Aí os astrônomos usam outras técnicas, entre elas, uma é a chamada microlente gravitacional.
A microlente gravitacional é uma técnica boa para descobrir exoplanetas mais distantes da Terra e também muito boa para descobrir planetas do tipo super-Terra.
De todos os exoplanetas descobertos, somente 2% foram descobertos usando a técnica da microlente gravitacional, pois embora seja boa para determinados casos, ela não é assim tão trivial.
Ela funciona da seguinte maneira, um observatório está monitorando uma determinada estrela distante, quando, uma estrela mais próxima passa entre o observador e a estrela distante, ela causa o efeito de lente gravitacional, ou seja, distorce a luz, e a estrela distante é amplificada e são geradas imagens repetidas dessa estrela gigante.
Se a estrela mais próxima estiver acompanhada de um exoplaneta, o exoplaneta causa uma perturbação na curva de luz da estrela distante, analisando essa pequena perturbação, os astrônomos conseguem definir a massa do exoplaneta e algumas de suas propriedades.
Existem alguns projetos na Terra que são especializados na microlente gravitacional, mas a descoberta com essa téncia só vai se intensificar à medida que os projetos começarem a observar campos mais densos de estrelas onde esses alinhamentos são favorecidos.
Um desses projetos é o OGLE, Optical Gravitational Lensing Experiment, e em 8 de Abril de 2017, ele detectou um evento de microlente gravitacional associado a um exoplaneta do tipo super-Terra.
O exoplaneta tem 9 vezes a massa da Terra, e orbita uma estrela do Tipo-M com 0.2 vezes a massa do Sol, a 1.8 UA.
O sistema está localizado a 19000 anos-luz de distância da Terra.
Embora exoplanetas estão sendo descobertos direto, uma descoberta desse tipo é muito importante, pois ela demonstra que a técnica de microlente gravitacional é sim, uma técnica essencial e efetiva para detectar exoplanetas distantes, em estrelas de pouca massa e exoplanetas do tipo super-Terra, ou seja, uma combinação, onde as outras técnicas costumam falhar.
Fonte:
https://phys.org/news/2018-04-astronomers-super-earth-exoplanet-orbiting-low-mass.html
Artigo:
https://arxiv.org/pdf/1803.10830.pdf
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Artigo original:
spacetoday.com.br