Star Wars respondeu à varias perguntas neste novo romance Into The Dark de Star Wars: The High Republic. E nem preciso dizer que temos alguns Spoilers do livro daqui para baixo, então venha por sua conta e risco.
O romance Star Wars: The High Republic – Into The Dark traz quatro Jedi embarcando em uma viagem para a nova base Starlight Beacon na Orla Exterior. Os Jedi estão sendo transportados por um trio de transportadores/contrabandistas, o mais jovem dos quais é um piloto/engenheiro desajeitado chamado Affie Hollow. Affie nunca conheceu um Jedi antes, e ela não tem nenhum problema em ficar perguntando coisas aos Jedi, e cola no Padawan Reath Silas.
Reath (que é um geek estudioso) começa tentando explicar o que é a Força, mas Affie já sabe sobre ela. Na verdade, ela revela que a Força é de conhecimento comum na era da Alta República. O que Affie não entende é o que torna esse tipo específico de usuário da Força (Jedi) um monge místico. De acordo com Reath, “Nós nos alicerçamos em uma existência espiritual e abandonamos os apegos individuais para nos concentrarmos inteiramente em interesses maiores.”
Affie ouve essa grande explicação e tem uma lição principal: “Então isso significa nada de sexo.”
No entanto, Reath surpreende ao considerar apresentar as opiniões de seu professor, Mestre Jora, sobre o assunto sexo. De acordo com o monólogo interno de Reath, Mestre Jora tinha uma visão distinta da “diferença entre o celibato do corpo e a verdadeira pureza do coração”. Ele brinca consigo mesmo que o discurso do Mestre Jora sobre o assunto é muito longo, e em vez disso, ele admite que os Jedi são basicamente monges celibatários.
No entanto, a teoria de Mestre Jora traz à tona o mesmo debate “sexo x apego” dos tempos modernos. É interessante porque enquanto Jora claramente gostava de seus prazeres físicos, outros membros proeminentes da Ordem ficam nervosos com sentimentos reais de ligação romântica ou amigável um com o outro. Infelizmente, um dos momentos cruciais da história interconectada maior da Alta República é a morte de Mestre Jora e seu impacto em seus companheiros Jedi. No entanto, é bom saber que Jora aproveitou a vida ao máximo antes de sua morte.
A questão do sexo é apenas um exemplo da diversão que existe no mundo que Star Wars: The High Republic está construindo. É uma era onde a Ordem Jedi tem muitas visões e interpretações da Força e o que o dever de um Jedi deve exigir. Essa visão mais ampla das crenças Jedi abriu a porta para debates divertidos (embora estimulantes) como este, que os fãs têm tido por anos.
Aliás, um grande desastre no hiperespaço força a nave contrabandista que transportava os Jedi a desviar para uma estação espacial abandonada em um setor remoto do espaço. É nessa estação que os Jedi fazem uma descoberta inquietante: a presença inconfundível do lado negro.
O primeiro ato de Into The Dark vê o Jedi rastrear a presença do lado negro de um conjunto de ídolos encontrados em um grande arboreto encontrado a bordo da estação. O segundo ato do livro vê os Jedi combinados perderem um dos seus em um trágico acidente (Dez Rydan), e usarem seus poderes da Força combinados para executar uma técnica de selamento da Força, destinada a impedir que a energia do lado negro dentro dos ídolos vaze. No entanto, depois de trazer os ídolos com segurança de volta para Coruscant e o Templo Jedi, Reath, Cohmac e Orla são jogados na reviravolta do aprendizado, eles cometeram um grave erro: os ídolos não foram feitos para conter a energia do lado negro, eles eram supressores de uma ameaça do lado negro dentro da estação.
O ato final de Into The Dark vê Reath, Cohmac e Orla retornar os ídolos para a estação apenas para descobrir a ameaça esperando lá: uma raça de plantas vivas conhecida como Drengir. Acontece que o arboreto da estação era uma cela de prisão, com os ídolos mantendo as criaturas do lado negro em estase forçada. Reath Silas faz uma descoberta ainda mais sombria nas entranhas da estação: um sistema de transporte que leva diretamente a um planeta de Drengir. Nesse planeta, Reath também encontra Dez Rydan, que não foi vaporizado como pensado, mas sim transportado para o mundo Drengir, onde foi mantido prisioneiro e torturado.
Com o Drengir, Star Wars introduziu um tipo muito diferente de ameaça do lado negro. As criaturas vegetais são virtualmente impossíveis de matar devido às suas formas amorfas de plantas, suas armas incluem vinhas e espinhos longos semelhantes a chicotes, que também são revestidos de veneno e podem ser usados como projéteis. Os Drengir não são feras selvagens, mas sim uma raça inteligente e astuta de brutos guerreiros. Eles são adeptos do aprendizado de novas tecnologias e estratégias militares, e as toxinas que usam são uma ameaça única para os Jedi.
O epílogo de Into The Dark mostra onde todos os quatro de seus personagens Jedi terminam. No caso de Dez Rydan, o jovem cavaleiro Jedi famoso fica abalado por sua experiência como prisioneiro do Drengir. Como ele confidencia a Reath, a influência maligna do lado negro dos Drengir e suas toxinas não apenas quebraram sua vontade, mentalmente – na verdade quebrou sua conexão com a Força de uma forma que pode ser irreparável.
Star Wars sempre apresentou os Sith como a principal ameaça do lado negro para os Jedi, mas agora a Alta República introduziu uma imagem mais ampla de como o lado negro pode ser transformado em arma. O encontro com o Drengir é apenas o começo: agora que eles sabem que seus antigos inimigos, os Jedi, estão por aí, os Drengir estarão em busca de vingança e, até agora, não há nenhuma evidência real de que os Jedi possam se opor a eles.
Outro ponto interessante, a Cavaleira Jedi Orla Jareni, que é da raça Umbarana, é exclusivamente diferente de seus companheiros Jedi, pois ela serve à Força, mas não concorda com as filosofias e interpretações da Força ditadas pelo Conselho Jedi. Como uma certa da Ahsoka Tano que conhecemos.
Ela é um Wayseeker, que é um Jedi que busca seu próprio caminho para servir à Força, independente do Alto Conselho Jedi e do resto da ordem. No caso de Orla, seu caminho parece estar conduzindo para a Orla Exterior, uma região onde ela teve aulas duras durante uma missão fundamental que ajudou a moldar o futuro da Alta República. Mesmo depois de enfrentar as ameaças mortais combinadas de piratas espaciais (The Nihiil) e novos monstros do lado negro (The Drengir), Orla chega ao fim das aventuras durante Into The Dark decidida em seu futuro como uma Wayseeker, espalhando a luz do Jedi para as regiões inexploradas do universo.
Mesmo que Star Wars: The High Republic – Into The Dark não faça nenhuma conexão direta entre Orla Jareni e Ahsoka Tano, existem muitos temas próximos. O desenho do personagem de Orla a coloca em vestes brancas, empunhando um sabre de luz branco de lâmina dupla com cabo articulado. Esse design tem semelhança direta com o visual de Ahsoka Tano no tempo depois que ela escapou da Ordem 66 e ressurgiu como parte da Rebelião Galáctica, em Star Wars Rebels. Os fãs que viram a versão live-action de Rosario Dawson de Ahsoka em The Mandalorian definitivamente reconhecerão as semelhanças de design entre Orla e o estilo de sabre de luz duplo branco com manto branco que Ahsoka assume em sua idade adulta.
Apesar deste livro ainda não estar disponível no Brasil, vamos torcer para chegar logo, porque ele é bem interessante.
Artigo original:
sociedadejedi.com.br