Star Wars fica ainda melhor quando os Jedi são apenas personagens especiais

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Star Wars: The Mandalorian tem sido um grande sucesso para a franquia, até o final da segunda temporada. Tem havido muitas análises sobre o porquê de The Mandalorian ter tanto sucesso em trazer Star Wars para um público mainstream que os filmes e séries de animação não puderam alcançar. Uma teoria que gostaríamos de oferecer: The Mandalorian explica por que Star Wars é melhor quando os Jedi são apenas personagens especiais, ao invés do foco principal da franquia. Não que os Jedi estejam correndo o risco de ir a algum lugar em breve (muitos novos Jedi estão chegando com Star Wars: The High Republic), mas aqui está porque a franquia deveria inclinar-se mais para o ponto de vista não Jedi:

Star Wars jogou com a ideia de assumir novas perspectivas no universo durante a metade até o final dos anos 2010, com o lançamento dos filmes independentes de Star Wars: Rogue One e Solo. Para ser justo, esses filmes tiveram algum tropeço em ganhar a confiança dos fãs e do estúdio de que Star Wars poderia ter sucesso sem sabres de luz – é por isso que Rogue One fez questão de incluir aquela cena de luta no corredor de Darth Vader (teria sido um excelente filme mesmo sem essa cena).

Rian Johnson abordou a questão com Os Últimos Jedi, dando a rara etapa de abrir um filme da Saga Skywalker da perspectiva dos soldados da Resistência lutando na guerra enquanto transmitia um tema mais amplo de que a franquia era mais sobre o legado do nome Skywalker. Johnson pagou o preço por essa mudança de paradigma com uma reação severa, mas sem dúvida abriu o palco para The Mandalorian oferecer aos fãs de Star Wars um tipo verdadeiramente novo de história, de um novo tipo de guerreiro de Star Wars.

A 2ª temporada de Mandalorian finalmente atingiu o equilíbrio perfeito que a franquia precisava. Contava uma história sazonal em que muitos guerreiros icônicos (não Jedi) da franquia Star Wars uniram forças, quando Mando (Din Djarin) cruzou caminhos com Bo-Katan Kryze, Boba Fett e velhos amigos como Cara Dune e Grief Carga, ao mesmo tempo em que faz novos aliados de velhos inimigos como Fennec Shand e Mayfeld. Enquanto cada um desses personagens ganhou seu caminho nos corações dos fãs, o que atingiu de forma diferente em The Mandalorian foi ver as batalhas onde as apostas pareciam reais, já que stormtroopers e dróides (os Dark Troopers) representavam ameaças muito reais para lutadores que não eram usuários poderosos da Força.

Melhor ainda, ao assumir a perspectiva de não usuários da Força lutando contra o Império, The Mandalorian fez um espetáculo maravilhoso nos momentos em que um Jedi apareceu. Do ponto de vista de Mando e dos guerreiros com quem ele lutou (ou mesmo do nefasto e presunçoso Moff Gideon), Jedi como Ahsoka Tano e Luke Skywalker pareciam maravilhas superpoderosas que beiravam o aterrorizante em suas habilidades místicas e poder. Ver Luke Skywalker aparecer e derrotar facilmente inimigos pelos quais Mando e seu esquadrão teriam sido esmagados, fez com que os Jedi parecessem mais durões do que há muito tempo, enquanto ainda fazia guerreiros que não eram da Força parecerem legais e ameaças que antes pareciam tolos (oficiais imperiais, andróides) serem muito assustadores.

Então, embora Star Wars ainda tenha muitas histórias Jedi chegando, está claro que os fãs convencionais podem ser mais receptivos a projetos como Cassian Andor, Rangers of the New Republic ou a série Book of Boba Fett – especialmente se alguns Jedi/Sith importantes aparecerem.

Adaptado do texto de Comic Book.

Artigo original:
sociedadejedi.com.br