A pareidolia, é quando você observa algo natural, mas
que acaba tendo uma semelhança com algo conhecido, por exemplo, nuvens em forma
de cachorro, montanhas em forma de pessoas e por aí vai. No espaço, com tantas
nebulosas, estrelas, nuvens de gases, planetas e tudo mais, a pareidolia é bem
fácil de acontecer. Nesse caso, uma nuvem de gás e poeira toda esculpida se
pareceu muito com a lanterna de abóbora usada no dia das bruxas.
Uma estrela massiva, conhecida como estrela do Tipo-O,
e com entre 15 e 20 vezes a massa do Sol, é provavelmente a responsável por esculpir
essa abóbora cósmica. Um estudo recente dessa região sugere que a poderosa
radiação e as partículas emitidas pela estrela estão varrendo o gás e a poeira
ao redor, criando profundos vazios nessa nuvem que é conhecida como nebulosa.
A imagem foi feita pelo Telescópio Espacial Spitzer, o
Spitzer detecta a luz infravermelha, e consegue ver a estrela brilhando como se
fosse uma vela no centro da abóbora. Os autores do estudo dessa nebulosa,
apelidaram a estrutura de Nebulosa da Lanterna de Jack (Jack-o é o nome da lanterna de abóbora feita durante
o halloween).
Os objetos no universo emitem luz infravermelha, uma
radiação que está relacionada com o calor, isso quer dizer que quanto mais
quente um objeto mais radiação infravermelha ele emite.
Os comprimentos de onda da luz infravermelha são invisíveis
ao olho humano, por esse motivo não conseguimos observar todas as cores
mostradas na imagem da nebulosa aqui. A cor verde e vermelha representa a luz
emitida primariamente pela poeira irradiando em diferentes temperaturas, embora
algumas estrelas irradiam de forma predominante nesses mesmos comprimentos de
onda. A combinação de verde e vermelho na imagem cria tonalidades amareladas. A
cor azul representa um comprimento de onda emitido principalmente, nessa
imagem, por estrelas e algumas regiões muito quente da nebulosa, enquanto as
regiões em branco indicam onde os objetos são brilhantes em todas as cores. A
estrela do Tipo-O aparece como um ponto branco no centro da concha de poeira
vermelha perto do centro da região esculpida.
Uma versão de grande contraste dessa mesma imagem faz
o comprimento de onda vermelho ser mais pronunciado. Juntos, os comprimentos de
onda verde e vermelho criam uma tonalidade laranja. A imagem destaca os
contornos na poeira, bem como as regiões mais densas da nebulosa que aparecem
mais brilhantes.
O estudo que produziu essas observações aparece no
Astrophysical Journal e examina uma região na parte externa da Via Láctea. Os
pesquisadores usaram a luz infravermelha para contar as estrelas mais jovens em
diferentes estágios de desenvolvimento nessa região. Eles também contaram as
protoestrelas, estrelas na infância que ainda estão envoltas em densas nuvens
de poeira onde elas nasceram. Quando combinadas com as estrelas adultas nessas
regiões, esses dados ajudarão os astrônomos a determinar se as taxas de produção
de estrelas e planetas nas partes externas da galáxia diferem das taxas
encontradas nas regiões intermediárias e mais internas.
Os cientistas já sabem que as condições diferem um
pouco nas áreas externas. Por exemplo, as nuvens de gás e poeira interestelar são
mais frias e mais esparsamente distribuídas do que aquelas nas regiões mais próximas
do centro da galáxia, que pode reduzir a taxa de formação de estrelas. As nuvens
de formação de estrelas nas áreas mais externas também contêm quantidades
menores de elementos químicos pesados, incluindo o carbono, o oxigênio e outros
ingredientes importantes para a vida como conhecemos. Eventualmente, mais estudos
como esse podem também determinar se planetas similares em composição com a
Terra são mais ou menos comuns nas regiões externas da galáxia do que na região
intermediária e interna.
Os dados usados para criar essa imagem foram coletados
durante a chamada Missão Fria do Spitzer entre 2004 e 2009.
Para mais informação do Spitzer, visite:
Fonte:
Artigo original:
spacetoday.com.br