A SES, empresa do setor de telecomunicações por satélite baseada em Luxemburgo, se prepara para colocar em órbita seu novo satélite SES-10 nesta quinta-feira (30).
O lançamento é bastante antecipado não só pela companhia, mas pela própria indústria espacial. Isso porque, se tudo ocorrer como o esperado, o lançamento será o primeiro a empregar um foguete reutilizado para colocar um satélite em órbita – o que tem um potencial considerável de baratear o custo do processo.
A missão será realizada pela empresa de transporte espacial SpaceX, do empreendedor Elon Musk, que levará o SES-10 à órbita em um Falcon 9 reutilizado. O foguete sairá do complexo da NASA Kennedy Space Center, na Flórida, e tem decolagem prevista para às 19h30 de hoje (horário de Brasília).
Apesar dos riscos da missão e do histórico de acidentes de alguns Falcon 9, a SES se diz confiante no lançamento do novo satélite a partir de um foguete já utilizado anteriormente pela SpaceX. Segundo Jurandir Pitsch, vice-presidente de vendas da SES para a América Latina Sul, o foguete reutilizado só traz mais segurança à empresa, por já ter provado que é rapaz de decolar e retornar de uma missão com segurança.
“Estamos bem tranquilos, houve um trabalho intenso para entender os riscos do foguete reutilizado, mas a emrpesa entendeu que não havia riscos maiores do que um lançamento tradicional”, comentou o executivo. Os investimentos para o lançamento, no entanto, não foram revelados.
Expansão na América Latina
Para a SES, o satélite reforçará o suporte de banda para vídeo e dados na região, avançando sua estratégia de crescimento na América Latina – que observou uma expansão de negócios para a SES de 2% nos últimos doze meses.
O lançamento faz parte do novo pacote de investimentos anunciado pela companhia no ano passado, que injetará US$ 800 milhões na região para os próximos dois anos para ampliação da cobertura de satélite da SES no continente. Além do SES-10, os investimentos incluem também o lançamento do SES-14, um satélite focado no mercado brasileiro.
O SES-10 substituirá o atual AMC4 e ficará posicionado a 67 graus oeste, sob um acordo com a Comunidade Andina (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru). Além de expandir a capacidade de oferta de banda da empresa para possíveis novos clientes, o satélite será utilizado para aplicações governamentais na região e permitirá suportar melhor parceiros atuais da empresa, incluindo a Mediaworks, subsidiária satelital do grupo Telefónica.
O AMC4, por sua vez, será reposicionado para a América do Norte, reforçando a operação da SES no setor de conectividade de bordo em aviões.