O carro autônomo do Google anda meio fora da mídia ultimamente, mas isso não seria motivo algum para preocupar aqueles que morrem de vontade de ver o projeto virar realidade nas estradas daqui a alguns anos. O veículo, que está sob responsabilidade da divisão X da Alphabet (empresa que engloba o Google e todas as demais divisões), ainda não saiu da fase de testes, mas pelo visto, isso não vai demorar a acontecer.
O próximo passo da empresa agora é contratar um executivo para tomar conta das instalações necessárias para continuar o projeto. Segundo uma nova listagem de vagas publicada pela empresa, a equipe já está pronta para ter seu próprio QG e se expandir para além da sede da X em Mountain View.
“Caminhar adiante significa crescer, tanto em equipe quanto em área geográfica”, diz a descrição da vaga. O objetivo é contratar alguém que “ajude a levar o projeto para este novo capítulo”.
Aliás, esse vira-e-mexe da divisão X com o carro inteligente também inclui outras contratações, o que indica que tudo estaria se tornando, aos poucos, um negócio independente. Em julho, o projeto trouxe um representante jurídico para tomar conta de tanta regulamentação necessária e envolvida em condução autônoma. Em 2015, a equipe contratou o ex-presidente e CEO da Hyundai, o que indica uma movimentação em direção à comercialização.
Passos à frente, passos para trás
Embora pareça estar dando vários passos adiante, o projeto do Google teve uma boa dose de retrocessos nos últimos tempos. Por exemplo: em agosto, perdeu sua liderança técnica, Chris Urmson, que tinha trabalhado na equipe por sete anos. Pouco depois, Jiajun Zhu, principal engenheiro de software do projeto, deixou a equipe para fundar sua própria startup de robótica.
Em janeiro, dois funcionários debandaram e fundaram uma nova empresa de veículos autônomos, a Otto — que, segundo informações, passou à frente da Alphabet e andou transportando cargas pesadas da Budweiser em um caminhão autônomo.
A Alphabet, aliás, perde grandes boladas financeiras todo ano por conta de sua divisão X, que na verdade funciona como um grande laboratório de ideias mirabolantes e geringonças. Como nem tudo que imaginam por lá vira produto final, é esperado que boa parte dos investimentos caia por terra. Só para ter ideia, a cada trimestre, mais de US$ 800 milhões circulam para manter o grande laboratório de pé. No entanto, para a Alphabet, a unidade é bastante relevante, pois partirão dela os principais projetos que sustentarão os negócios da empresa no futuro.