Seguindo passos da Marvel, Call of Duty vai ganhar universo cinematográfico

Mestre Jedi Seguindo passos da Marvel, Call of Duty vai ganhar universo cinematográfico

Com o sucesso da Marvel e seu universo compartilhado nos cinemas, era óbvio que outras empresas iriam se inspirar no modelo e tentar emplacar uma estratégia semelhante. A Warner está montando isso com seus heróis da DC e até os monstros de King Kong e Godzilla já ensaiam algo parecido. E o resultado é tão lucrativo que até estúdios de videogame já estão de olho nesse filão.

É o caso da Activision, que anunciou que vai criar seu próprio universo cinematográfico aos moldes do que a Casa das Ideias vem fazendo. Para isso, a empresa escolheu nada menos do que Call of Duty como a franquia que vai capitanear esse novo projeto. O anúncio foi feito nesta semana e pegou todo mundo de surpresa, principalmente quando a companhia confirmou que um estúdio foi criado especificamente para cuidar desse novo projeto e que já há vários roteiros em discussão para levar essa ideia adiante.

De acordo com Stacey Sher e Nick Van Dyk, os presidentes da nova Activision Blizzard Studios, a estratégia é adotar uma abordagem interconectada e com múltiplas camadas que remetam às várias edições do jogo. Assim, ao invés de simplesmente replicar a história de um game específico, a produtora planeja extrair o que há de melhor em cada um deles para montar o clima que os fãs conhecem em torno de algo completamente novo. E a aposta é tão alta que já há uma equipe de roteiristas pensando em como fazer com que o projeto dure alguns anos.

Mestre Jedi Seguindo passos da Marvel, Call of Duty vai ganhar universo cinematográfico

Em entrevista ao site The Guardian, Sher explicou que uma das propostas deve seguir uma linha mais próxima do que foi apresentado em Call of Duty: Black Ops, ou seja, mostrando a história por trás da história em termos militares. Em outro filme, a trama deve seguir uma pegada mais semelhante aos jogos da linha Modern Warfare, ou seja, com os olhos do mundo em você. Além disso, ela levanta a possibilidade ainda de termos algo híbrido, ou seja, com operações privadas e públicas atuando simultaneamente.

Van Dyk complementa dizendo que o objetivo é reproduzir aspectos estéticos dos videogames nas telonas. Isso significa trazer a adrenalina e a dinâmica dos jogos, mas nada muito literal para que os filmes tenham liberdade de se desenvolver sozinhos. Por isso, ele acredita que é preciso uma história abrangente e com escala global — e exatamente por isso traça um paralelo com a Marvel. Segundo ele, o objetivo é fazer com que essas histórias individuais se conectem em um universo coeso e consistente, bem ao estilo do que os heróis vêm fazendo.

De fato, a proposta é muito boa. O problema é que ela esbarra em uma pequena questão que a Activision Blizzard Studios parece não ter se atentado: aquilo que Call of Duty faz nos games é exatamente o que o cinema já vem apresentando há décadas. Seja a ideia do esquadrão secreto que faz o serviço sujo ou da guerra centrada em um único indivíduo são temas batidos e que fazem parte da mitologia cinematográfica há pelo menos três décadas. O segredo de CoD foi adaptar essa linguagem para os jogos com a agilidade que os fãs queriam. Fazer o caminho inverso com a mesma eficiência pode não ser um caminho tão fácil.

E, por mais que as ideias apresentadas não sejam ruins, o verdadeiro desafio está em fazer com que esse universo todo não seja apenas genérico — como os próprios games estão se tornando.

Via: The Guardian, MCV UK