Em entrevista para a Business Insider, o atual CEO da Microsoft foi questionado sobre diversos assuntos, como Cultura da empresa e sua abordagem ao desenvolvimento tecnológico, assim como temas polêmicos, como o fracasso no smartphones e a forma como a companhia lida com as falhas e fracassos, bem como projetos descontinuados.
“Se você vai trabalhar em uma cultura de risco, você realmente não pode olhar para cada falha como um fracasso, você tem que ser capaz de olhar para o fracasso como uma oportunidade de aprendizagem.”
Nadella falou sobre o reconhecimento do aprendizado através do fracasso, a forma como a empresa enxerga os novos projetos de risco e a preparação para a mudança de rumo no caso de falha:
“Algumas pessoas podem chamá-la de experimentação rápida, mas o que é mais importante é chamarmos de “teste de hipóteses”. Em vez de dizer: “eu tenho uma ideia”, você poderia dizer: “eu tenho uma nova hipótese, vamos testá-la, ver se ela é válida e perguntar com que rapidez podemos validá-la. “E se não for válida, passe para a próxima.
Não há mal em reclamar de uma falha, caso a hipótese não funcione. Para mim, ser capaz de chegar a novas formas de fazer as coisas, novas formas de enquadrar o que é um fracasso e que é um sucesso, como se consegue o sucesso – é através de uma série de falhas, uma série de testes de hipóteses. Isso é, em certo sentido, uma verdadeira perseguição ao sucesso”.
O fracasso no mercado móvel
Quando questionado sobre o fracasso da gigante de Redmond ao tentar inserir a sua proposta móvel ao mercado de smartphones, Nadella falou sobre a visão da Microsoft sobre a importância do segmento e também comparou com outras empreitadas recentes.
“O que nos entusiasma é esta nova categoria de computação pessoal. Hoje pensamos que o fator de forma mais usado por nós é o dispositivo móvel. É o caso hoje, assim como o PC foi por um longo tempo. A questão é: o que acontece depois? Quais são as novas categorias?
Estávamos empolgados em criar a categoria 2-em-1, que é o que mais cresce entre os PCs atualmente. Estamos muito entusiasmados com o Surface Studio e o que significa re-imaginar o que é o computador de mesa. Também estamos muito entusiasmados com Surface Hub enquanto computador para salas de reuniões, claro, também sobre HoloLens e todo o mundo de realidade mista. Então, para mim, as novas formas de computação é o que queremos construir para os consumidores. Mas, é importante que, em vez de pensar que cada uma dessas coisas funciona como um computador independente, pensamos que elas têm que formar um tecido de dispositivos para você.”
Mesmo sem dar muitos detalhes sobre quais serão os futuros passos da empresa no setor, as palavras do CEO explicaram um pouco mais da sua visão sobre qual seria o proposito com o lançamento de mais uma tentativa para o mercado móvel. Isto deixou claro que a companhia ainda estuda um melhor projeto para se reinserir, porém com um foco diferenciado que possa distinguir a ideia dos demais produtos disponíveis.
“Trata-se de sua mobilidade, sua capacidade de fazer o trabalho como um indivíduo ou como uma equipe, quando você tem lotes e lotes de telas e computadores ao seu redor. Então, quando falamos sobre o Windows 10, não é mais sobre um sistema operacional de um dispositivo, mas sim, sobre um sistema operacional para todos os seus dispositivos. É assim que estamos tentando não apenas enfrentar o desafio inovador de trazer coisas novas à vida, mas também a de lidar com a complexidade social de muitos dispositivos em sua vida.”
Ao que tudo indica, os smartphones não estão mortos nos planos de Nadella, porém o Windows 10 Mobile não deverá acompanha-los nos próximos capítulos desta história. Assim como tem sido levantado no últimos meses, a possibilidade de vermos um novo aparelho móvel rodando o Windows 10 completo parece mais forte do que nunca.
Ainda que a Microsoft não tenha dado nenhuma confirmação, parece que estamos cada vez mais próximos de dar um adeus definitivo ao Windows 10 Mobile, porém, isso não significa o fim do sonho de um smartphone/PC por parte da companhia. Sabendo do valor da ideia, a Microsoft deverá voltar os seus olhos para uma nova oportunidade de inserir proposta de forma mais consistente, aprendendo com os seus erros e buscando firmar o Windows finalmente como uma proposta móvel de valor.