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Uma das coisas mais importantes na astronomia é estudar a composição química de estrelas, de discos protoplanetários, nebulosas, buracos negros, supernovas, ou seja, de qualquer objeto.
É com base nesse estudo químico que surge a famosa frase do Carl Sagan, que somos feitos de poeira das estrelas, pois na verdade, os elementos químicos que constituem o nosso corpo são forjados no interior das estrelas.
Atualmente, para detectar as moléculas químicas no espaço e estudar suas composições, os astrônomos usam os radiotelescópios.
Na frequência das ondas de rádio, com comprimento de onda milimétrico e submilimétrico, é possível detectar no espectro, linhas de emissão de elementos químicos com grande clareza.
E essas linhas dependem basicamente da temperatura dos ambientes que se está estudando.
Um ambiente interessante de se estudar dessa maneira, são aqueles onde novas estrelas estão se formando, pois assim é possível entender cada vez mais e melhor esse processo.
Assim, um grupo de astrônomos apontou as antenas do ALMA o conjunto de radiotelescópios do ESO no chile para a Nuvem Molecular de Orion, um dos maiores e mais próximos berçários estelares da Terra.
Lá existe a Orion Source I, uma gigantesca estrela em formação, estrela essa que tem ainda seu disco de poeira ao seu redor, indicando que o sistema é realmente novo.
Apontando as antenas do ALMA para essa fonte, os astrônomos conseguiram registrar 60 diferentes assinaturas espectrais das moléculas ali existentes.
E analisando essas moléculas os astrônomos descobriram que se tratava de Cloreto de Sódio e Cloreto de Potássio, ou seja, sais, lembrando que o Cloreto de Sódio é o nosso querido sal de cozinha.
Esses sais foram localizados no disco circunstelar, e deve ser proveniente de regiões mais internas, é como se a estrela estivesse jogando pitadas de sal no seu disco.
Muito provavelmente os grãos sólidos de sais foram vaporizados por ondas de choque enquanto a estrela e o seu disco foram abruptamente acelerados pela colisão ou aproximação com outra estrela.
A assinatura dos sais está localizada entre 30 e 60 UA astronômicas da estrela e a estimativa é que existam ali 1 sextilhão, 1 seguido de 21 zeros, de quilos de sal, o que é o equivalente a massa dos oceanos da Terra.
Esse tipo de estudo é muito importante, pois os pesquisadores podem estudar a fundo as linhas espectrais para descobrir as temperaturas onde tudo isso aconteceu, e traçar como é o ambiente onde a estrela está se formando, além disso, mostra a presença de sais, que são constituídos de metais, como sódio e potássio, ou seja, é possível usar esse estudo para medir a quantidade de metal nas regiões da estrela, e caracterizá-la por completo.
Os pesquisadores, pretendem observar outras regiões parecidas com essa para tentar encontrar as mesmas moléculas.
Se encontrarem, os astrônomos vão conseguir concluir que entender a assinatura química dessas estrelas é fundamental para estudar os discos protoplanetários.
Será que existem outros saleiros estelares espalhados pelo universo? Deixem aí nos comentários.
#SaleiroEstelar
Fontes:
https://public.nrao.edu/news/2019-alma-salt-star/
https://arxiv.org/pdf/1901.04489.pdf
Artigo original:
spacetoday.com.br