Uma das grandes surpresas de Rogue One: Uma História Star Wars foi a reaparição de Grand Moff Tarkin, um dos maiores vilões da história da franquia, e da Princesa Leia. O New York Times escreveu a respeito do processo que rendeu momentos marcantes aos fãs.
O personagem foi interpretado em Uma Nova Esperança por Peter Cushing, que faleceu em 1994. Isso tornou a tarefa de trazer Tarkin ao novo filme um desafio sem precedentes.
Além de Tarkin, outros personagens clássicos retornaram, mas de modo mais fácil. No caso do oficial rebelde General Dodonna, interpretado por Alex McCrindle em Episódio IV, apenas um novo ator foi chamado, Ian McElhinney.
Jimmy Smits e Genevieve O’Reilly, que interpretaram Bail Organa e Mon Mothma nas prequelas, retornaram aos seus respectivos papéis em Rogue One.
Tarkin era um caso mais complicado, já que seria tão difícil quanto omiti-lo da história que gira sobre a Estrela da Morte, estação comandada por ele em Uma Nova Esperança.
“Se ele não estiver no filme, então teríamos que explicar sua ausência”, diz Kiri Hart, executiva da Lucasfilm e co-produtora de Rogue One.
Para as filmagens, os produtores escalaram Guy Henry (Harry Potter e as Relíquias da Morte), que possui uma estatura parecida com a de Cushing e pode soar similarmente ao finado ator.
Henry vestia durante as gravações um equipamento de captura de movimento para que seu rosto pudesse ser digitalmente substituído pelo de Peter Cushing.
John Knoll, idealista do filme e supervisor de efeitos especiais, classificou a experiência como “uma versão de trabalho intensivo e super tecnológico de se fazer maquiagem”. “Nós estamos transformando a aparência do ator na de outro personagem, mas apenas usando tecnologia digital”, ele disse.
Os produtores aplicaram toda atenção possível em fazer o personagem parecer real, recriando as nuances e trejeitos de Peter, como por exemplo o modo como sua boca se mexe enquanto ele fala.
Caso o efeito não tivesse ficado satisfatório, Knoll disse que havia outras direções narrativas para diminuir a presença de Tarkin, como transferir os diálogos a outros personagens ou mostrá-lo via holograma.
Entretanto, como tudo nos dias atuais, o recurso foi criticado por alguns telespectadores e críticos. The Huffington Post chamou de “uma grande falta de respeito com o falecido”, e o The Guardian disse que funcionou “muito bem”, mas descreveu como uma “indignidade digital”.
John Knoll disse que a Lucasfilm não pretende usar o recurso extensivamente de agora em diante. “Isso foi feito por razões defensáveis e sólidas. Este é um personagem importante para contar essa história”, disse ele.
Os produtores também comentaram sobre a cena final do filme, onde eles classificam que o uso da Princesa Leia – digitalmente recriada para parecer com Carrie Fisher, que faleceu em 27 de dezembro – como um uso eficaz da tecnologia.
No primeiro plano de Leia, ela é vista de costas para câmera, e foi interpretada por Ingvild Deila. Então, a câmera muda para focar seu rosto, que junto com o cabelo e roupa, foram recriados baseados em Uma Nova Esperança.
Além dos personagens citados, alguns outros vistos no primeiro filme da saga, lançado em 1977, podem ser encontrados durante a Batalha de Scarif. São eles os Líderes Vermelho e Dourado, trazidos de volta através de reutilização de imagens deletadas do Episódio IV.
Confira a entrevista exclusiva do Nightline on ABC sobre o processo abordado no texto: