As supernovas representam o final violento da vida de estrelas massivas.
Porém, ao mesmo tempo, as supernovas disparam o nascimento de novos elementos e a formação de moléculas que irão preencher o universo, e servirão para a formação de novas estrelas, além de ter um grande impacto na evolução da galáxia que a abriga.
As estrelas que possuem aproximadamente 10 vezes a massa do Sol, terminam suas vidas de forma espetacular. quando essas estrelas esgotam o combustível, não se tem mais calor e energia para lutar contra a gravidade, as camadas externas da estrela que antes eram energizadas pela fusão, caem no núcleo estelar com tremenda força, o rebote desse colapso dispara uma explosão que se espalha pelo espaço, isso basicamente que é uma supernova.
No universo observável as supernovas são bem comuns, mas como elas aparecem em média uma vez a cada 50 anos numa galáxia como a Via Láctea, os astrônomos têm raras oportunidades de estudar uma supernova desde a sua primeira detonação, até ela esfriar e formar novas moléculas.
As supernovas têm também um efeito nas galáxias onde estão localizadas, elas impactam diretamente a formação de estrelas, e consequentemente, muitas galáxias possuem a forma que observamos hoje por conta das supernovas que ocorreram em sua extensão, embora representem menos de 10% das estrelas numa galáxia, são elas que dominam a sua evolução.
Em Fevereiro de 1987, os astrônomos tiveram uma dessas raras chances, explodiu na Grande Nuvem de Magalhães, uma das galáxias satélites da Via Láctea, localizada a cerca de 163 mil anos-luz de distância uma bela supernova, chamada de SN 1987A.
A proximidade fez com que essa se torna-se uma das mais bem conhecidas e estudadas supernovas que se tem conhecimento. São 30 anos de observação e nesses 30 anos, muito se aprendeu sobre esse evento cataclísmico do universo.
Recentemente, os astrônomos resolveram usar as antenas do ALMA para estudar a SN 1987A, e os resultados são impressionantes e muito importantes.
A primeira coisa impressionante que os astrônomos conseguiram fazer com os dados do ALMA foi gerar uma imagem tridimensional de alta resolução que mostra a localização e a distribuição das moléculas formadas durante e a explosão.
Os astrônomos detectaram então na explosão da SN 1987A a formação de moléculas de monóxido de silício, e de monóxido de carbono.
Além disso, os astrônomos conseguiram detectar moléculas nunca antes identificadas em remanescentes de supernovas como o monóxido de enxofre e de HCO+.
Embora as observações do ALMA sejam espetaculares, outras questões precisam ser respondidas:
Qual exatamente a abundância de cada molécula?
Existem outras moléculas que não foram identificadas?
A estrutura tridimensional da SN 1987A continuará mudando com o passar do tempo?
Para responder isso, os astrônomos pretendem usar observações do ALMA em outros comprimentos de onda e também para responder uma importante questão, que tipo de objeto, um pulsar ou uma estrela de nêutrons reside no coração da SN 1987A? Façam suas apostas.
Fontes:
Canal Space Today
http://www.youtube.com/spacetodaytv
Por ESA/Hubble, CC BY 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=268438