Não é de hoje que a Uber se envolve em polêmicas, mas problemas surgidos nos últimos meses têm causado uma grande mancha à imagem da empresa. Depois de uma série de escândalos na qual a companhia foi acusada de sexismo, ela resolveu divulgar um relatório de diversidade.
Contudo, se a ideia era limpar a barra com este documento, de fato ele só vem para reforçar algo que já se imaginava: os funcionários da empresa de compartilhamento de caronas são majoritariamente homens e brancos.
As mulheres correspondem a apenas 36% do corpo de funcionários, e a presença feminina é ainda menor no setor de tecnologia da companhia, com apenas 15,4%. Se levarmos em conta os funcionários em cargos de chefia, 22% deles são mulheres, com 11,3% chefiando algum setor de tecnologia.
Diversidade étnica e racial (ou a falta dela)
Quando se analisam outros aspectos da diversidade dentro da Uber, a coisa também não vai muito bem. Apesar de ter uma boa representação de asiáticos dentro da companhia (47,9% da companhia é composta por pessoas de origem asiática), a diversidade racial basicamente inexiste.
De todos os funcionários, apenas 2,4% é composto por mestiços, enquanto hispânicos representam 2,1% e negros são apenas 1% — outras etnias representam menos de 1%. O Uber não conta com nenhum negro, hispânico ou mestiço em cargos de chefia: 75% deles são ocupados por brancos, enquanto os demais 25% são ocupados por asiáticos.
Aos poucos, a Uber tenta melhorar este quadro. No último ano, o quadro de funcionários da companhia dobrou de tamanho e 41,2% dos novos contratados são mulheres. Porém, de todo este montante, 46% delas eram brancas, 28,2% asiáticas, 12,3% negras, 7,8% hispânicas e 5,1% mestiças.
Longe de ser um caso isolado
O desempenho da Uber no sentido de diversificar as pessoas dentro da empresa, em posição de comando ou não, é um fracasso, mas este não é o único caso do gênero no ramo da tecnologia. De acordo com a SFGate, o Twitter apresenta apenas 13% de mulheres em cargo de chefia. Neste aspecto, o desempenho do Facebook, do LinkedIn e da Apple são mais satisfatórios (17%, 20% e 23%, respectivamente), mas ainda longe do ideal.
A porcentagem de negros dentro de empresas de tecnologia também é ridiculamente baixa: apenas 1% dos trabalhadores dos setores técnicos de companhias como Google, LinkedIn, Facebook, Yahoo e Twitter são afrodescendentes.