A intensa radiação de estrelas pode arrancar a camada de ozônio de exoplanetas parecidos com a Terra e deixa-los inabitáveis, de acordo com um novo estudo apresentado no EWASS 2018: European Week of Astronomy and Space Science que aconteceu em Liverpool no Reino Unido.
Os astrônomos atualmente conhecem cerca de 4000 planetas na órbita de outras estrelas. Alguns deles têm tanto o tamanho da Terra como se localizam na chamada zona habitável de suas estrelas, onde a temperatura é perfeita para que a água possa existir no estado líquido na sua superfície.
Mas muitos candidatos a mundos do tamanho da Terra, orbitam estrelas do tipo anãs vermelhas, muito menores e mais frias que o Sol.
Para estar na zona habitável, os planetas necessitam estarem muito mais próximos dessas estrelas do que nós estamos do Sol.
O problema, contudo, é que as anãs vermelhas podem produzir uma grande quantidade de radiação de raios-X, e até mesmo grandes flares de radiação e erupções de partículas em emissões de massa coronal.
Para tentar acessar o risco, o Dr. Eike Guenther do Thueringer Observatory, na Alemanha e seus colegas estão monitorando de forma intensa estrelas de pouca massa onde as flares podem acontecer.
Em Fevereiro de 2018, eles observaram uma flare gigante em uma anã vermelha chamada AD Leonis, localizada a 16 anos-luz de distância da Terra, na constelação do Leão.
Também conhecida como Gliese 388, a AD Leonis, tem um planeta gigante orbitando-a a 3 milhões de km de distância e ela pode ter planetas do tamanho da Terra na sua zona habitável.
Os astrônomos estão trabalhando para estabelecer o que a flare fez no planeta conhecido e o que poderia fazer em qualquer outro planeta ali existente.
Os resultados iniciais sugerem que os planetas gigantes não são afetados e que diferente de eventos que ocorrem no Sol, a flare não é acompanhada por uma CME.
Essa é uma notícia potencialmente boa para a vida, já que as CMEs são pensadas como tendo um papel primordial em arrancar a atmosfera de planetas menores.
A partir desse monitoramento, a equipe acredita que as CMEs são menos comuns em estrelas menores.
Por outro lado, a radiação em raios-X é perigosa.
“Os raios-X cortariam através da atmosfera e atingiriam a superfície de um planeta parecido com a Terra”, disse o astrônomo.
“A vida na terra seria afetada de forma decisiva por essa radiação de raios-X e a vida só poderia se proliferar talvez nos oceanos”.
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spacetoday.com.br