Casos de amor que vão parar na Justiça não são exclusividades de pessoas físicas: grandes relacionamentos do mundo da tecnologia também costumam terminar nos tribunais. O mais recente deles envolve a Qualcomm e a Apple, e o mais novo ingrediente deste imbróglio é o processo movido pela fabricante de processadores contra a Maçã, sua antiga parceira e compradora.
A Qualcomm acusa a Apple de quebra de contrato, mas esta ação é resultado direto de um processo iniciado pela Apple contra a antiga parceira em janeiro deste ano. Segundo a companhia de Cupertino, a Qualcomm realizou práticas anticompetitivas ao cobrar preços abusivos por processadores que foram utilizados em iPhones e iPads. Por isso, a empresa fundada por Steve Jobs e Steve Wozniak cobra US$ 1 bilhão em desconto na compra de componentes ao longo dos próximos anos.
No processo mais recente, a Qualcomm também acusa a Apple de manipular informações e não oferecer o desempenho completo dos seus processadores no iPhone 7, fazendo com que o aparelho apresentasse disparidade em relação a outros gagdets equipados com SoCs de concorrentes. A companhia ainda acusa a rival de ter feito ameaças para que a Qualcomm não fizesse comparativos públicos que comprovassem a superioridade dos iPhones equipados com os seus produtos.
Práticas desleais
No vasto documento de 139 páginas que detalha todas as acusações feitas à Apple, a Qualcomm também acusa a Maçã de mentir ao “induzir agências governamentais ao redor do mundo sobre práticas de negócio da Qualcomm a fim de introduzir procedimentos regulatórios” contra a empresa.
A ação cita como exemplo a declaração da Apple à Comissão de Comércio Justo da Coreia do Sul, feita em agosto de 2016. Segundo o relato, a Maçã afirmou a necessidade de procurar uma segunda fornecedora de chipsets graças às “condutas excludentes da Qualcomm.” Assim, a fabricante do iPhone incluía a Intel, rival da Qualcomm, como esta “segunda fornecedora”.
Vale lembrar que a Apple começou a usar processadores Intel em algumas versões do iPhone 7 justamente em 2016. A Qualcom garante que as informações da Apple prestadas às autoridades reguladoras da Coreia do Sul são falsas, sustentando aí a acusação de quebra de contrato por parte da empresa.
Fonte: Qualcomm