Por Catalina Manrique*
Há cinquenta anos, George Jetson e sua família pintaram no desenho animado uma visão do futuro que, desde então, os tecnólogos tentam atingir. Agora isso ficou mais perto do que nunca de se tornar realidade.
Ainda não podemos ter carros voadores, mas veículos autônomos já transitam pelas ruas do mundo e transportam passageiros em lugares como Pittsburgh ou Cingapura. E também não há ainda uma robô chamada “Rosie” administrando nossas vidas, mas já contamos com a ajuda da “Siri” ou da “Alexa”.
A inteligência artificial e a aprendizagem automática, juntamente com a Internet das Coisas (IoT), estão mudando nossas vidas. Também estão mudando a forma como trabalhamos. Tomemos, por exemplo, os processos de compra: pedidos e faturas em papel estão mortos; pagamentos eletrônicos já são maioria; compradores e vendedores trocam informações e colaboram on-line.
No entanto, estamos apenas arranhando a superfície do que é possível: a partir de redes de negócios e avanços tecnológicos subjacentes, processos de compras continuarão sendo digitalizados e transformados.
Ao longo de 2017, devem ocorrer três fatos:
• Solicitações preditivas de pedidos serão uma realidade. Falta de estoque será coisa do passado. Bots controlados pela inteligência artificial farão a mineração em históricos de dados transacionais para identificar quais itens devem ser encomendados e, a menos que seja indicado o contrário, comprá-los automaticamente em acordo com as políticas da empresa – da mesma forma que “Rosie” cuidava das compras.
• Processos de compra vão aprender com as máquinas. As máquinas analisarão bilhões de transações financeiras nos históricos de compra em tempo real e, em questão de minutos, identificarão mudanças nos padrões de compra ou tendências dos preços. Também vão produzir inteligência a partir de centenas de fontes de dados globais em agências governamentais, empresas e outras partes para detectar e mitigar esforços na cadeia de valor. Com esses recursos, os responsáveis pelos processos de compra serão capazes de tomar decisões amplamente fundamentadas, a uma velocidade nunca antes possível.
• A IoT revolucionará a gestão de riscos. Processos de compra vão explorar os abundantes conjuntos de dados de IoT para gerir riscos de maneiras totalmente novas. Veículos de entrega, por exemplo, estarão conectados e serão monitorados em tempo real para prever necessidade de manutenção e evitar acidentes ou panes.
Se tudo isso parece um pouco descabido, lembre-se mais uma vez dos Jetsons. Assim como os “jet packs” faziam a família voar, as tecnologias modernas vão levar os processos de compra para novas alturas. As organizações que seguirem essas tendências estarão bem acima de seus concorrentes.
*Catalina Manrique é líder da SAP Ariba da SAP América Latina e Caribe