Uma boa parte das estrelas no universo, são estrelas que pertencem a sistemas binários.
Mas uma grande questão é, como as estrelas binárias nascem, quais os mecanismos envolvidos nesse processo.
As estrelas nascem a partir de nuvens de gás e poeira que são perturbadas e então inicia-se um processo de aglutinação, forma-se um disco de poeira e gás e a estrela vai então crescendo e ganhando vida.
No caso de estrelas binárias será que o mecanismo é parecido?
Para saber é preciso observar estrelas binárias jovens para tentar ver o que está acontecendo no início da vida delas.
E foi isso que o ALMA fez.
As antenas do ALMA foram apontadas para o sistema BHB2007 11, que fica na nebulosa escura Barnard 59 e que por sua vez faz pate da chamada Nebulosa do Cachimbo.
O fato da nebulosa ser escura indica que existe uma grande quantidade de gás e poeira na nebulosa para a formação de estrelas.
Dentro desse sistema, o ALMA conseguiu observar um par de estrelas recém-formadas.
Um sistema binário recém-nascido, tudo isso graças ao poder de resolução do ALMA.
E quando os astrônomos observaram as imagens conseguiram identificar estruturas interessantes.
Foi possível ver duas fontes compactas que são os discos circunstelares ao redor das estrelas jovens.
Cada um desses discos tem o tamanho do cinturão de asteroides do Sistema Solar e a separação entre eles é de 28 UA.
Esses dois discos são circundados por um disco maior, com uma massa total de 80 vezes a massa de Júpiter.
Esse disco maior exibe uma complexa rede de estruturas de poeira distribuídas em forma espirais.
Você já comeu um pretzel? Então, se comeu, a forma com que esses discos se apresentam lembra muito a forma de um pretzel.
Os astrônomos conseguiram pela primeira vez visualizar a estrutura complexa de estrelas binárias jovens com seus filamentos de alimentação.
E com isso, podem entender melhor todo o processo.
As estrelas acumulam massa do disco maior em dois estágios.
Primeiro a massa é transferida para os discos circunstelares individuais em belos laços giratórios.
No segundo estágio, as estrelas acumulam massa a partir de seus discos circunstelares.
É esse processo em dois níveis que controla a dinâmica do sistema binário durante a sua fase inicial.
Tudo isso está bem ajustado com a teoria sobre o nascimento de estrelas binárias.
O que os astrônomos precisam agora é observar mais sistemas binários recém-formados para que possam refinar os modelos e expandir tudo isso para a formação de sistemas múltiplos, com 3, 4, estrelas.
Mais um trabalho revolucionário do ALMA.
Fontes:
https://www.eso.org/public/brazil/news/eso1916/
https://science.sciencemag.org/content/sci/366/6461/90.full.pdf
https://www.almaobservatory.org/en/audiences/a-cosmic-pretzel/
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Artigo original:
spacetoday.com.br