A Agência Espacial Europeia criou uma planta de oxigênio experimental na Holanda, que pode extrair oxigênio preso dentro da poeira lunar que eles simularam.
O processo, não só extrai mais de 96% do oxigênio numa imitação do solo lunar, ele também deixa para trás metais que podem ser valiosos para futuras missões tripuladas que irão se aventurar na Lua, Marte e em outros mundos, quem sabe.
Com base nas amostras de rochas da Lua trazidas para a Terra, durante as missões Apollo, os cientistas sabem que o solo lunar, o chamado regolito, contém cerca de 40 a 45% de oxigênio. Isso faz com que o oxigênio seja o elemento mais abundante na superfície da Lua. Mas arrancar esse oxigênio não é tarefa fácil.
Obter oxigênio de recursos encontrados na própria Lua seria muito útil para uma futura colonização do satélite, tanto para usar o oxigênio para o ser humano poder respirar, como para produzir combustível de foguete.
Todos nós sabemos a importância de termos oxigênio para respirar, mas o oxigênio no estado líquido é também usado como propelente em muitos foguetes. Assim, conseguir produzir oxigênio diretamente da Lua, num processo que pode ser chamado de utilização de recursos in-situ, seria excelente, pois assim as missões para o nosso satélite não iriam precisar levar uma grande quantidade de oxigênio durante a viagem. Isso permitiria usar a Lua como se fosse um grande posto de gasolina, ajudando drasticamente no corte de custos para missões para outros mundos no Sistema Solar.
O oxigênio líquido poderia ser extremamente útil para manter satélites ao redor da Terra. Um estudo já mostrou que é mais eficiente do ponto de energia transportar o oxigênio líquido da Lua para satélites na órbita da Terra, do que lançar esse oxigênio líquido da superfície da Terra, devido, obviamente à intensa força gravitacional do nosso planeta.
O problema de tirar o oxigênio das rochas lunares, contudo, é que ele está preso em compostos químicos, e nesse processo de retirada se gasta muita energia. Então, é necessário desenvolver novos método para separar o oxigênio de outros elementos presentes no regolito lunar.
Para separar o oxigênio de outros componentes nas rochas lunares de laboratório, os pesquisadores usaram a técnica chamada eletrolise de sal derretido.
Os pesquisadores colocam o pó de rocha lunar num recipiente aquecido contendo cloreto de cálcio derretido, então passam pela mistura uma corrente elétrica, aí é só deixar a química e a física realizarem seus trabalhos. O oxigênio previamente preso nas rochas, migra para um eletrodo, um anodo no caso, onde os pesquisadores podem então fazer a captura.
Com essa técnica, os pesquisadores relataram, que eles foram capazes de tirar 96% do oxigênio preso nas rochas em 50 horas de operação. De forma alternativa, eles podem extrair 75% do oxigênio em apenas 15 horas de operação. Além disso, com mais horas de trabalho, o processo começa a deixar para trás uma mistura de liga metálicas que podem ser úteis no futuro.
Fonte:
https://astronomy.com/news/2020/01/how-to-make-air-from-moondust
Artigo original:
spacetoday.com.br