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Mais um dia histórico para a astronomia, anotem nos seus calendários e não esqueçam, 12 de Julho de 2018.
Pela primeira vez na história cientistas usando um verdadeiro arsenal de instrumentos conseguiram descobrir a fonte de um neutrino de alta energia fora da nossa galáxia.
Mas o que são os neutrinos? Os neutrinos são partículas não carregadas, que não são afetadas nem pelos campos magnéticos mais poderosos existentes no universo.
Pelo fato dessas partículas raramente interagirem com a matéria e por quase não terem massa, elas são chamadas de partículas fantasmas.
Os neutrinos viajam desde a sua fonte até a Terra, quase sem serem perturbados durante o caminho.
E por essa razão são importantes para que os astrônomos possam entender os eventos mais extremos que acontecem no universo.
Na verdade, os neutrino se juntam à radiação eletromagnética, e às ondas gravitacionais para firmar de uma vez por todas o que está sendo chamado de multimessenger astrophysics, ou seja, somente com esses diferentes tipos de mensageiros seremos capaz de entender o universo em que vivemos.
Porém, o grande mistério até aqui era traçar a fonte dessas partículas, e agora os astrônomos conseguiram fazer isso pela primeira vez.
O neutrino detectado, foi originado em um blazar, localizado na constelação de Orion, a cerca de 3.7 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Para quem não sabe o que é um blazar, um blazar faz parte do grupo de objetos que chamamos de AGN, ou núcleo ativo de galáxias, que compreende, os quasares, os blazars, as rádio-galáxias e as galáxias seyfert.
Um blazar é uma galáxia elíptica gigante que tem no seu núcleo um buraco negro supermassivo que gira rapidamente e que está se alimentando ferozmente.
O observatório Fermi da NASA que fica no espaço, imediatamente detectou a emissão de raios-gamma e imediatamente disparou o alerta para os observatórios em Terra.
Os neutrinos desse evento atingiram o IceCube em 22 de Setembro de 2017, com uma energia de 300 trilhões de elétron volts, ou seja, uma energia 45 vezes maior do que aquela que é alcançada com o maior acelerador de partícula na Terra.
Com o arsenal de observatórios espalhados pelo mundo, os cientistas associaram os neutrinos ao blazar TXS 0506, sendo que o cientistas japonês, Yasuyuki Tanaka da Universidade de Hiroshima foi o primeiro a fazer essa associação.
Os neutrinos são os últimos mensageiros astrofísicos a serem detectados, lembrando que os outros são a radiação eletromagnética e as ondas gravitacionais.
Essa descoberta tem uma importância fundamental, pois os neutrinos trazem com eles informações cruciais para se descobrir como esses aceleradores de raios cósmicos funcionam.
As medidas dos neutrinos podem revelar os mecanismos para se acelerar partículas de feixes de prótons, nos ambientes mais densos onde nem mesmo os raios-gamma de alta energia podem escapar.
Com isso, além de entender mais sobre as partículas fundamentais do universo, os cientistas estudam os neutrinos para entender o que está acontecendo nos ambientes mais turbulentos do universo como as supernovas, os buracos negros, e as estrelas.
Os neutrinos podem mostrar os processos que podem ocorrer dentro desses ambientes e os raios cósmicos podem mostrar a força e a velocidade dessa violenta atividade.
A astrofísica vai se completando e os astrônomos vão a cada dia revelando mais mistérios do universo, agora temos as ondas gravitacionais, a radiação eletromagnética, e os neutrinos, com essas três armas em breve muitos segredos ainda bem guardados do universo serão revelados.
Como eu sempre disse aqui, para quem acompanha o canal, a astrofísica de alta energia é de suma importância para entendermos o universo, e hoje demos um passo gigantesco nessa direção.
Fontes:
https://icecube.wisc.edu/news/view/586
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Artigo original:
spacetoday.com.br