Muitas pessoas saíram do cinema após assistir Os Últimos Jedi pensando que sua mensagem era de destruir ou esquecer o passado. Até era de se esperar, considerando que o filme mostrou a destruição de muitos símbolos adorados pelos fãs da franquia. Sabres de luz, X-Wings, Star Destroyers e até alguns personagens antigos (Descanse em paz, General Ackbar) não se salvaram da ira do filme. Ambos o herói da Trilogia Original, Luke Skywalker, e o antagonista da Trilogia Sequel, Kylo Ren, pareciam concordar em deixar as coisas velhas morrerem e ativamente destruí-las se não fosse o suficiente. Que Rey precisa esquecer a longa espera por sua família, que os Jedi teriam que acabar e que o Império e a Rebelião eram coisas do passado. Aos olhos de boa parte dos fãs, esse filme era tudo sobre fazer a franquia dar um passo à frente jogando fora os trapos do passado.
Mas, na verdade, o filme repudia esta mensagem no ato final. Rey rejeita a oferta de Kylo para deixar o passado pra trás e se juntar ao lado sombrio. Mesmo depois de desejar o fim dos Jedi por quase o filme inteiro, Luke rejeitou totalmente aquele objetivo ao mesmo tempo que confrontou sua falha com Ben Solo e se sacrificou para que a rebelião se salvasse:
A Rebelião renasce hoje. A guerra está só começando. E eu não vou ser o último Jedi.
A árvore foi queimada, mas os livros foram salvos. A Resistência foi destruída, mas a rebelião estava salva. O sabre de luz foi destruído, mas o cristal Kyber estava salvo. Repetidamente vemos as carcaças destruídas, mas o que é importante é salvo.
Kylo Ren repetidamente aconselha Rey a deixar o passado morrer e deixar ir. Mesmo assim é ele que repetidamente demonstra que ele está completamente preso nesse desejo de destruição. Em Crait ele põe sua obsessão em destruir o passado acima de qualquer tática militar ou pensamento estratégico, ao mandar TIE Fighters atrás da Falcon e gastando a munição da Primeira Ordem ao tentar matar seu tio.
E é Rose quem nos mostra a verdadeira mensagem do filme inteiro após impedir Finn de se sacrificar:
É assim que vamos ganhar. Não lutando contra o que odiamos, mas salvando o que amamos.
Mesmo entre aqueles que entenderam a verdadeira mensagem, raramente entendem que isso também se aplica à protagonista da trilogia: Rey. Durante O Despertar da Força e Os Últimos Jedi, ela é guiada pelo desejo de encontrar sua família e de onde ela vem. Após procurar e falhar em achar respostas em Os Últimos Jedi, ela finalmente desiste e acaba dizendo que seus pais eram “ninguém”, com Kylo dizendo que seus pais a venderam por bebida e agora estão mortos em Jakku. Para muitos fãs esse foi o fim do mistério e o filme estava mostrando que ela deveria admitir que seus pais a abandonaram e assim parar de buscar essas respostas no passado.
Mas como a mensagem do filme seria de salvar as partes do passado que importam e que realmente nos definem em cada aspecto do filme menos em relação à personagem principal? Será mesmo que a mensagem para Rey seria de que sua família não tem nenhuma influência na sua identidade? Talvez a jornada de Rey por respostas não terminou e seu passado ainda vai ser uma influência em seu futuro.
Dossiê | Rey Skywalker em Os Últimos Jedi
Fonte: SWSC
Artigo original:
sociedadejedi.com.br