Em mais uma de suas coberturas sobre o novo filme, o site Entertainment Weekly desmembrou um pouco uma das personagens mais intrigantes de Os Ultimos Jedi, Almirante Holdo, interpretada por Laura Dern. Particularmente, nós na Sociedade Jedi sempre debatemos um pouco nos bastidores antes de resenhar alguma matéria ou pesquisar algum assunto e quando chegou a vez deste personagem, me ofereci justamente por ter gostado de todos papéis marcantes que a atriz escolheu, em especial, nos filmes do David Lynch.
Às vezes me pego pensando, inclusive, se um diretor de Star Wars não quer eternizar a atuação de um ou outro ator na franquia, como foi o caso de Christopher Lee e Peter Cushing nas prequelas e trilogia clássica, respectivamente, ou com Max Von Sydow em O Despertar da Força, chegando até mesmo em Rogue One, que abusa de atores em nível multiétnico – todos diretores parecem querer trazer algum ator que sempre quiseram trabalhar.
Mas vamos ao que nos soltaram nessa semana sobre a personagem de Laura Dern. Almirante Holdo segue uma linha diferente de liderança do que Leia, inclusive em sua presença visual. Ao vermos Leia se encontrar com Solo em O Despertar da Força há uma dupla surpresa deste momento.
Uma pausa pra contextualizar uma observação. O primeiro detalhe a se ressaltar é uma saga atualizar-se na dissolução familiar, introduz um leve clima tenso que foi apenas captado na atmosfera por cada espectador. O segundo é um valor estético de seu visual nada charmoso de uma mulher que vive em guerras. Holdo, ao contrário, nas poucas imagens que lançaram, parece participar de algum ciclo de alta sociedade decorrente às vestimentas como vestidos e cabelos na cor violeta, longe da aparência de uma líder militar. Porém ela se curva para ajudar a Resistência depois de ver a destruição da Nova República sofrida no filme anterior.
Ela encontrou muita resistência de uma resistência, com o perdão da redundância. Estes são homens e mulheres que passaram por muitos problemas. Eles estão derrotados, estão sujos, estão cansados. Eles estiveram na linha de frente nesta batalha contra uma força fascista intergalática. E ela entra como o novo chefe nessa empreitada tendo uma presença glamourosa.
Laura diz na entrevista ainda, que eles estão brincando com muitos estereótipos sobre a nova mulher entrando nessa digénese, quebrando os paradigmas e liderando as tropas por assim dizer. Mas lembremos: a Resistência e a Aliança Rebelde sempre tiveram uma longa história de matriarquia. Temos a general Leia, nos filmes da década de 70 e no mesmo filme a presença de Mon Mothma que também apareceu em Rogue One (e em Star Wars Rebels).
Uma mulher e uma senadora que defendiam tudo que traduzisse bondade para galáxia e desafiaram o imperador e suas forças o mal no império, tornam a obra no mínimo, peculiar pela ousadia.
Então a dúvida que paira no ar é “A personagem de Laura Dern é boa? ela é ruim?” Bem provável que aqui cabe a tal mistura que todos tentam encaixar no velho Jedi, um misto de bondade e ruindade (algo que Diego Luna já havia nos mostrado em Rogue One).
Essa dúvida não paira somente nas nossas mentes. O personagem de Oscar Isaac, nosso querido piloto Poe Dameron (viúvas de Wedge, ainda vivo, choram neste momento) inicialmente se mostra muito resistente a Almirante Holdo.
Ele foi treinado sob os cuidados de Leia. Ele acredita em Leia. Ele não sente necessidade de qualquer tipo de nova liderança ou visão. Há talvez alguma sabedoria para o que ela está tentando fazer que atraia tanto a desconfiança de Poe, mas também tem algo importante: a Almirante Holdo também treinou sob os cuidados de Leia. Ela é muito mais que uma simples aprendiz, como o Poe Dameron era, e Leia parece sentir que esteja neles a responsabilidade de serem a nova liderança para essa resistência galática.
Artigo original:
sociedadejedi.com.br