O termo “arqueologia espacial”, pode estar ligado a imagens de astronautas caçando por artefatos de ETs, mas o termo na verdade está mais ligado às coisas que acontecem aqui na Terra. Os arqueólogos espaciais usam imagens de satélites e outras técnicas de sensoriamento remoto para procurar por locais antigos no nosso planeta. Como a arqueólogas Sarah Parcak explica em seu novo livro Archaelogy from Space, essas ferramentas têm transformado os estudos da antiguidade. “Nós passamos de um mapeamento que era de dezenas de locais antigos em uma temporada de verão, para o mapeamento de centenas, talvez milhares de locais em poucas semanas”, escreveu ela.
O livro de Parcak oferece uma viagem ao redor do mundo, de volta no tempo e também no futuro. Parcak começa com o básico da arqueologia especial, explicando como, por exemplo, imagens de satélites podem revelar a localização de paredes ou de fundações de antigas construções. Mesmo as ruínas mais escondidas, podem deixar marcas na superfície, afetando o crescimento de vegetação e então resultando em marcas nas plantações. Essas marcas se tornam aparentes quando vistas do algo com instrumentos calibrados para determinados comprimentos de onda da luz.
Com um exemplo após o outro, Parcak, demonstra a capacidade de diferentes tecnologias. Muitos dos exemplos contidos no livro focam no trabalho de Parcak e seus colegas e em tudo que eles aprenderam no Egito antigo. Enquanto estudos de monumentos e tumbas têm revelado aspectos do dia-a-dia da vida no Egito, é como se hoje eles escrevessem nas paredes sobre os gatos que observamos aoS montes nas redes sociais, as imagens de satélite têm preenchido as lacunas com detalhes importantes. No primeiro levantamento de padrões de assentamentos em grande escala no antigo delta do Nilo, a equipe de Parcak descobriu que as pessoas abandonaram em grande parte a região perto do fim do Antigo Reino do Egito, há cerca de 4.000 anos. Ler sobre como as mudanças ambientais e as secas, neste caso, contribuíram para o fim do Antigo Império, sente-se notavelmente oportuno nesta era de mudança climática. Parcak observa que parte do valor da arqueologia reside em aprender lições de resiliência das sociedades do passado.
Olhando para o futuro, Parcak prevê que a inteligência artificial será a próxima grande coisa na arqueologia espacial. Ela estima que apenas cerca de 10% da terra da Terra foi mapeada para sítios arqueológicos, e as máquinas varrerão os dados de satélite muito mais rápido que os humanos. Por enquanto, os cientistas cidadãos podem ajudar através da plataforma online GlobalXplorer da Parcak.
Parcak é uma contadora de histórias natural cujo entusiasmo é contagiante. No final do livro, eu estava desejando ter prestado mais atenção nos cursos de arqueologia da faculdade.
Fonte:
https://www.sciencenews.org/article/space-satellites-transforming-how-archaeologists-study-past
Artigo original:
spacetoday.com.br