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Estudar buracos negros, supernovas, entender como será o destino do universo, obviamente pode ser considerado por muitos como as áreas mais legais da astronomia.
Mas de vez em quando é bom darmos uma parada e olharmos para o nosso lado, entender o que acontece na nossa vizinhança.
Na verdade, o que acontece com o Sol, e com o chamado clima espacial, ou seja, a maneira como o Sol afeta o espaço interplanetário tem um impacto muito mais direto sobre nós, do que estudos feitos sobre objetos distantes.
São as partículas carregadas do Sol, que interagem com a nossa magnetosfera, podem danificar os satélites, e afetar a distribuição de energia na Terra.
Por isso, nada melhor que perdermos um tempinho estudando o Sol, e o seu efeito no Sistema Solar.
Existem várias sondas que estudam o Sol, mas dois projetos em especial estão nos dando um entendimento muito grande sobre o que acontece com o nosso astro rei.
Vou falar dessas duas missões nesse vídeo.
A primeira e talvez menos conhecida é a chamada MMS, sigla para Magnetospheric Multiscale Mission.
Uma missão composta de 4 sondas que orbitam a Terra em formação e tem como objetivo medir a chamada onda de choque interplanetária.
Essa onda de choque tem origem no Sol, e diferente da onda de choque que conhecemos essa não tem impacto entre partículas, a energia é transferida através do campo magnético.
Esse tipo de onda de choque acontece em objetos extremos como buracos negros e supernovas, mas também acontece aqui perto da Terra.
E essas sondas conseguem então identificar uma onda de choque planetária observando o que acontece com a outra sonda.
E essa missão conseguiu pela primeira vez em 8 de Janeiro de 2019 observar, e medir uma onda de choque interplanetária.
Com isso, estudando essa onda aqui perto, é possível entender como o processo acontece em objetos mais distantes e extremos.
A outra missão já é bem mais conhecida de todos, é a Parker Solar Probe.
Lançada em Agosto de 2018, ela já deu até agora duas voltas ao redor do Sol, em 1 ano de missão e se prepara para a terceira.
Nessas passagens ela já coletou muitos dados importantes, sobre o vento solar e sobre a coroa solar.
Mas eu sei que vocês querem é imagem, então toma.
Essa imagem aí foi registrada em Novembro de 2018 pela sonda Parker Solar Probe e mostra as estruturas que podem ser observadas no vento solar.
Na parte direita da imagem temos o centro da nossa galáxia, e o ponto mais brilhante que aparece abaixo no centro é o planeta Mercúrio.
As faixas brancas que passam rápido na frente da sonda são partículas de poeira.
E o mais interessante dessa imagem é a estrutura brilhante que aparece perto do fim no lado esquerdo, essa estrutura é conhecida como Streamer e é um fluxo lento e relativamente denso de vento solar, que tem sua origem perto do equador do nosso Sol.
Os dados científicos das duas passagens da Parker Solar Probe pelo Sol estão sendo ainda analisados pelos pesquisadores e devem ser publicados ainda esse ano.
Então está aí, um resumo dos estudos que estão sendo feitos com o Sol e com a nossa vizinhança atualmente, já observamos em detalhe estruturas do vento solar, e conseguimos detectar uma onda de choque interplanetária que também tem origem no nosso Sol.
Aos poucos, além de descobrirmos a origem, e a evolução do universo, vamos ganhando muito conhecimento sobre algo bem mais mundano!!!
#Sol #ParkerSolarProbe #MMS
Fontes:
https://www.nasa.gov/feature/goddard/2019/one-year-2-trips-around-sun-for-nasas-parker-solar-probe
https://www.nasa.gov/feature/goddard/2019/nasa-s-mms-finds-first-interplanetary-shock
Artigo original:
spacetoday.com.br