A nossa galáxia é muito maior do que ela parece. Um novo trabalho descobriu que a Via Láctea tem aproximadamente 2 milhões de anos-luz de diâmetro, algo 15 vezes maior do que o disco espiral luminoso. O número poderia levar a uma melhor estimativa de quão massiva a galáxia é e quantas galáxias orbitam a nossa.
Os astrônomos sabem, já faz muito tempo que a parte brilhante da Via Láctea, o disco achatado de estrelas, que abriga o Sol, tem cerca de 120 mil anos-luz de diâmetro. Além desse disco estelar existe um disco de gás. Um vasto halo de matéria escura, repleto de partículas invisíveis, que engolfa ambos os discos e que vai mais além deles. Mas como o halo de matéria escura não emite luz, o seu diâmetro é difícil de medir.
Agora, um grupo de astrônomos usaram galáxias próximas para detectar a borda da Via Láctea. O diâmetro preciso é de 1.9 milhão de anos-luz, com uma incerteza de 0.4 milhão de anos-luz.
Para colocar esse tamanho em perspectiva, imagine um mapa onde a distância entre o Sol e a Terra seja de 1 polegada. Se o coração da Via Láctea fosse no centro da Terra, a borda da galáxia estaria a uma distância equivalente a 4 vezes a distância da Terra até a Lua.
Para encontrar a borda da Via Láctea, os astrônomos realizaram simulações computacionais de como as galáxias gigantes como a Via Láctea se formam. Em particular, os cientistas buscaram por casos onde 2 galáxias gigantes nascem lado a lado, como é o caso da Via Láctea e da galáxia de Andrômeda, nossa vizinha gigante mais próxima, pois nesses casos a gravidade de uma galáxia influência na outra. As simulações mostraram que somente além da boda do halo de matéria escura de uma galáxia gigante é que as velocidades de pequenas galáxias próximas caem abruptamente.
Usando as observações de telescópios existentes, os pesquisadores encontraram algo similar na velocidade de pequenas galáxias próximas da Via Láctea. Isso ocorreu a uma distância de cerca de 950 mil anos-luz de distância do centro da Via Láctea, marcando assim a sua borda. A borda da Via Láctea é 35 vezes mais distante do centro galáctico, do que o Sol é.
Embora a matéria escura constitua a maior parte da massa da Via Láctea, as simulações revelaram que as estrelas deveriam existir a essas grandes distâncias. Ambas têm uma borda bem definida. A borda das estrelas é bem nítida, quase como se as estrelas parassem de existir a partir de uma determinada distância.
No futuro, os astrônomos podem refinar a localização da borda da Via Láctea descobrindo mais galáxias menores. Os astrônomos também buscam por estrelas individuais fora da borda. As estrelas mais distantes são muito apagadas, mas as futuras observações, com telescópios de próxima geração, serão capazes de detectá-las.
As medidas devem ajudar os astrônomos a entenderem outras propriedades galácticas. Por exemplo, quanto maior for a Via Láctea, mais massiva ela é, e mais galáxias devem estar na sua órbita. Hoje existem cerca de 60 galáxias satélites orbitando a Via Láctea, mas os astrônomos suspeitam que possam existir mais, esperando serem descobertas.
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spacetoday.com.br