O que esperar de Andor, nova série de Star Wars para o Disney+?

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Enquanto os holofotes estão voltados para os projetos grandes, como Ahsoka e a terceira temporada de The Mandalorian, Andor surge silenciosamente como uma série que talvez não esteja recebendo sua devida atenção. Seja porque seu personagem tenha aparecido para morrer no mesmo filme ou porque ainda não tenha formado uma ampla fanbase, o seriado não tem gerado tanta expectativa comparada com as outras citadas e, justamente por isso, esse é o espaço perfeito onde pode florescer uma das melhores séries de Star Wars.

Diferente de Jedi, Sith, entre outros personagens tão distantes de nós, Cassian Andor é um homem que cresceu em uma galáxia marcada pela guerra, a fome e a pobreza.

“Acho que a ideia principal é que temos um personagem em Rogue One, sabemos onde ele vai parar e o quão realizado e complicado ele é.”, disse Tony Gilroy, showrunner da série durante a coletiva de imprensa global em que nós, da Sociedade Jedi, fomos convidados.

Diego Luna, que viveu Cassian Andor em Rogue One (2016) e agora retorna em sua série solo, acrescenta dizendo que seu personagem possui um passado obscuro e está preparado a sacrificar tudo por um custo, sendo isto que torna seu personagem tão interessante.

Mas, afinal, quem é Tony Gilroy?

Tony Gilroy no set de filmagens

Nascido em Nova York, Gilroy é filho de Frank D. Gilroy, diretor, roteirista e produtor de filmes e séries para televisão. Tony seguiu a carreira de roteirista de cinema e já na década de 1990 fez sucesso com O Advogado do Diabo (1997), filme que colocou Keanu Reeves e Al Pacino em dois dos seus papéis mais aclamados da carreira.

Contudo, seu maior sucesso foi a franquia Bourne, tendo roteirizado todos os filmes e ainda dirigiu o penúltimo, O Legado Bourne (2012), um spin-off estrelado por Jeremy Renner. Nos anos 2000, Identidade Bourne (2002) desencadeou uma nova forma de se fazer filmes de ação. Sob a lembrança dos filmes estrelados por Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Bruce Willis, Kurt Russel, entre outros, onde a ação saía do controle, mas seus personagens sempre eram impetuosos e levavam consigo aquela dose de bom humor, Jason Bourne, interpretado por Matt Damon, é mais sisudo, objetivo, um homem de poucas palavras, mas também um anti-herói, um personagem falho e ambíguo.

Matt Damon em Identidade Bourne

“[Com Bourne] eu estava tentando fazer com que as pessoas fizessem um filme de ação acústico, porque os filmes de ação ficaram tão bombásticos nos anos 80, eles eram simplesmente enormes”, afirmou Gilroy em entrevista para SFX Magazine. E continua: “Então, quando Bourne apareceu, nós descemos para nada. Tratava-se de torná-lo real. Manter alguém que você realmente entende e realmente se importa em um lugar que você entende a geografia, com apostas, é muito mais envolvente do que um cara em um trem com 15 metralhadoras e um helicóptero descendo. Essa estética, essa ideia, se transfere para Andor porque estamos no terreno com essas pessoas, para que tudo o que fazemos tenha uma intimidade e uma natureza acústica dentro da grandeza de Star Wars.

Com o sucesso de Identidade Bourne, o gênero de ação mudou de tom e até mesmo personagens consagrados como 007 ganhavam uma nova roupagem com a estreia de Daniel Craig nas telonas em 2006.

E é com essa ambiguidade moral que Gilroy trabalhou em Cassian Andor para o filme Rogue One e agora retorna nesta série que chega em 21 de setembro exclusivamente no Disney+.

PAIXÃO

Diego Luna retorna como Cassian Andor em sua série solo

“A série existe porque há uma comunidade de Star Wars enorme, arterial, importante e apaixonada”, contou Gilroy durante a coletiva, onde todo o elenco presente também concordou. “E eu sei que não é uma comunidade monolítica. Há muitas versões e facções diferentes, mas há essa enorme comunidade dedicada de Star Wars que aparece. Foi isso que nos deu o dinheiro, o impulso e a capacidade de fazer um show insanamente grande, quero dizer, abundante e difícil de fazer. Esse público é nossa principal preocupação, e queremos trazer algo para eles que seja completamente diferente do que eles tinham antes, mas estamos fazendo isso de uma maneira completamente não cínica”, completou.

Entretanto, ele também insinua que o show não requer nenhum conhecimento prévio do universo Star Wars para acompanhá-lo.

Diego Luna ressaltou que Andor é, sobretudo, a respeito de pessoas reais que precisam achar força para mudar e inspirar a realidade: “São tempos muito sombrios na galáxia, não há Jedis por perto, essas pessoas têm que articular uma reação à opressão e é o tipo mais fundamentado de Guerra nas Estrelas que você terá, sabe?”

“É um programa sobre nós, é um programa sobre essas pessoas encontrando forças para reagir, sabe, para mudar e trazer mudanças para sua realidade. É muito inspirador, eu acho. É enorme, é grande como Tony diz. E é aventura e ação no seu melhor, o que você espera de Star Wars, mas depois fica muito íntimo e é muito sutil e leva tempo para entender cada personagem e tem tempo para cada enredo”, afirma Diego.

Essa ideia de ser uma série mais “pé no chão” levou The Mandalorian ao maior sucesso de Star Wars dos últimos anos e Andor parece ir pelo mesmo caminho. Com o total de 12 episódios, o seriado se torna o projeto mais longo do Disney+ e deve se aprofundar na época do meio para o final do Império Galáctico. Além disso, Andor contará com mais uma temporada apenas que, de acordo com Tony Gilroy, levará o público diretamente para Rogue One.

E você, está ansioso para assistir Andor?

Artigo original:
sociedadejedi.com.br