Uma próxima geração de naves tripuladas da China estão sendo preparadas para testes de voos nesses próximos meses, e as fotos que vazaram, mostram que elas seriam capazes de se acoplar com a ISS.
Uma imagem postada pela Shanghai Academy of Spaceflight Technology, a SAST, mostra o novo sistema de acoplamento da nave, que parece ser compatível com o International Docking System Standard, ou IDSS, da estação espacial.
A NASA, a ESA, a ROSCOSMOS usam sistemas compatíveis com o IDSS, ou adaptadores para poderem acoplar suas naves.
A nova nave está sendo desenvolvida para aumentar e muito a capacidade da China de enviar humanos para a órbita da Terra, reduzir os custos através de uma reutilização parcial e permitir que os astronautas possam sobreviver ao ambiente altamente radioativo do espaço e possam também suportar o calor intenso e a alta velocidade da reentrada.
A cápsula ainda não tripulada tem 8.8 metros de comprimento com uma massa no lançamento de 21.6 toneladas. Ela será capaz de carregar 6 astronautas ou três astronautas e 500 kg de carga para a estação espacial chinesa que está sendo planejada também.
Um protótipo dessa nova nave tripulada está sendo preparado para um voo de teste no Wenchang Satellite Launch Center. O lançamento será feito a bordo de um foguete Long March 5B e deve acontecer em meados do mês de abril de 2020.
O sistema de acoplamento IDSS é um sistema andrógeno. O primeiro sistema foi desenvolvido e usado em 1975 para o Projeto Teste Apollo-Soyuz, significando que nem os EUA e nem a União Soviética tinham um mecanismo “macho” ou “fêmea”.
A China demonstrou a sua capacidade de aproximação e acoplamento com a nave tripulada Shenzhou e com os laboratórios espaciais Tiangong-1 e Tiangong-2, bem como com a nave de carga Tianzhou.
Os sistemas de aproximação da nave, que facilita as manobras e ajuda e ajustar os vetores e as velocidades para aproximações, pode, contudo, precisar ser adaptado.
Mas mesmo se a nova cápsula tripulada chinesa pudesse tecnicamente se aproximar e acoplar com a ISS, isso seria impossível atualmente do ponto de vista político.
A China coopera com a ESA e com a ROSCOSMOS, mas os EUA excluíram a China da ISS. O governo norte-americano em 2011 introduziu um texto na legislação, referido como Wolf Amendment, que restringe as oportunidades para a NASA e outras agências de uma cooperação bilateral com entidades ligadas ao governo chinês.
Caso o o voo de teste da nova cápsula chinesa dê certo, no novo foguete Long March 5B, esse foguete, que também estará sendo testado, será usado posteriormente para lançar módulos de 20 toneladas da Estação Espacial Chinesa.
Fonte:
https://www.space.com/china-new-spacecraft-dock-space-station.html
Artigo original:
spacetoday.com.br