Nossas religiões estão na saga, revelou George Lucas

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Apesar da saga Star Wars ser uma fantasia, George Lucas, criador dela, colocou muitos assuntos atuais de nossa realidade nos filmes. Há muito de nossa cultura, política, mitologia, filosofia e religião nos filmes da saga.

Em uma entrevista antiga, Bill Moyers, um conceituado jornalista, foi até o Rancho Skywalker entrevistar George Lucas. O foco principal da entrevista foi a religião dentro da saga.

Mestre Jedi Nossas religiões estão na saga, revelou George Lucas

O entrevistador pergunta a Lucas:

”Guerra nas Estrelas’’ é algo profundamente religioso?

Ele responde:

Não acho que “Guerra nas Estrelas” seja profundamente religioso. Acho que a saga juntou todos os aspectos que a religião representa e tentou destilar isso em uma coisa mais moderna e mais acessível em que as pessoas possam se apegar para aceitar o fato de que há um mistério maior lá fora.

Quando eu tinha 10 anos eu perguntei para minha mãe. “Se existe um só Deus, por que há tantas religiões?” E desde então, eu reflito sobre essa questão. A conclusão que eu cheguei é que todas as religiões são verdadeiras… Elas apenas veem a mesma coisa sob diferentes aspectos.

A religião é, basicamente, um repositório para fé. A fé é a “liga” que nos mantém juntos como uma sociedade. Fé na nossa cultura… no nosso mundo… ou qualquer outra coisa em que estamos tentando nos apoiar. É uma parte muito importante, eu acho… que nos permite continuar estáveis, em equilíbrio.

Eu coloquei a Força nos filmes… para despertar um certo tipo de espiritualidade nos jovens. É mais uma crença em Deus do que em qualquer sistema religioso. A verdadeira questão é fazer a pergunta! Porque se você não tem interesse suficiente nos mistérios da vida… Para fazer a pergunta “Existe ou não um Deus?”… Para mim, essa é a pior coisa que pode acontecer. Se perguntar a um jovem se existe um Deus, ele disser que não. Acho que você deve ter uma opinião sobre isso.

Mestre Jedi Nossas religiões estão na saga, revelou George Lucas

Entrevistador pergunta a Lucas:

Você tem uma opinião ou ainda está procurando?

George responde:

Eu acho que existe um Deus. Agora, o que esse Deus é, o que sabemos sobre Ele… isso eu não sei. O que eu sei sobre a vida e sobre a natureza da raça humana… é que a raça humana sempre acha que sabe tudo. Até os homens das cavernas achavam que sabiam tudo, que conheciam tudo sobre todas as coisas. Foi daí que surgiu a mitologia. Ela construíu um tipo de contexto para o desconhecido. Então, se sabemos tudo, tudo bem. Eu diria que os homens das cavernas, em uma escala, conheciam 1 (uma) das coisas. Agora, conhecemos mais ou menos 5 (cinco). O que muitos não percebem é que a escala vai até um milhão.

O entrevistador pergunta a George:

O centro épico da nossa cultura tem sido a Bíblia. Trata-se de queda, milagres, redenção, retorno. Mas a Bíblia não ocupa mais esse lugar central na nossa cultura. Cada vez mais as pessoas, sobretudo os jovens, se inspiram nos filmes… não na religião organizada.

Lucas responde:

Bem, espero que não seja esse o rumo que isso tudo tome… Porque acho que há um lugar para religião organizada. Ela é uma parte importante da estrutura dá sociedade. Eu odiaria nos ver numa sociedade em um mundo completamente secular onde o entretenimento fosse usado como uma experiência religiosa.

O entrevistador pergunta ao criador da saga:

Uma das razões pela qual a trilogia é tão popular entre os jovens… é o fato dela apresentar uma religião sem compromisso. Isso se transforma em uma base muito fraca para a teologia.

Lucas responde:

Realmente é uma base muito fraca para a teologia. É por isso que eu hesitei em chamar a Força de Deus. Quando o filme foi lançado, quase toda religião tomou o filme como exemplo da sua religião. E nós podemos mostrá-las aos jovens… e relacioná-las com histórias da Bíblia, do Alcorão… e do Torá. Então, sabe… se é um instrumento que pode ser usado para renovar histórias antigas com as quais os jovens possam se identificar. Esse é o objetivo.

Mais uma pergunta feita a Lucas:

Você foi influenciado pelo budismo? Eu notei, no primeiro episódio, “A Ameaça Fantasma”… Que eles descobrem aquela criança escrava… que tinha uma certa aura. Lembrei-me de como os budistas saem atrás do próximo Dalai Lama.

George responde:

Bem, há uma mistura de todos os tipos de mitologia e crenças religiosas que eu coloquei no filme. Eu tentei colocar as ideias, mais ou menos comuns a comuns a todas as culturas. Por isso me fascina… e acho que essa é uma das coisas que eu realmente aprendi com Joe Campbell. Era o que ele tentava fazer, achar coisas semelhantes em todas as mitologias e religiões.

Ele diz que acredita em Deus e usou os filmes para passar essa mensagem. Grande entrevista do mestre George Lucas. Star Wars não é só um filme de guerra no espaço e espadas de luz, há muita coisa de nossa realidade, como os problemas existenciais e religiosos, na saga. Na entrevista fica claro que Lucas nunca quis fazer da saga uma religião, como o jedaísmo, e, sim passar uma mensagem através dos filmes que há algo misterioso lá fora, que nossas crenças tentam explicar. Lucas, como ele mesmo disse, queria apenas despertar a crença em Deus com os filmes, usando a Força como símbolo.

”Não há morte, há a Força’.’ – Código jedi.

Veja a entrevista completa aqui: