As duas partes da missão lunar indiana se separaram em preparação para o momento mais tenso da missão.
No dia 2 de Setembro de 2019, a missão Chandrayaan-2 se dividiu em duas, uma parte agora será o módulo orbital que irá circular os polos da Lua por cerca de um ano e a outra parte é um módulo de pouso, ou um lander, que irá no final dessa semana do dia 2 pousar na Lua.
“Todos os sistemas do módulo orbital e do módulo de pouso da Chandrayaan-2 estão saudáveis”, disseram os oficiais da Indian Space Research Organisation, a ISRO.
A separação ocorreu às 4:45, hora de Brasília.
A missão Chandrayaan-2 foi lançada em Julho de 2019, e fez um lento e longo caminho até a Lua onde chegou no dia 20 de Agosto de 2019. Desde então, o controle da missão na ISRO conduziu uma série de ajustes na órbita para colocar a sonda na trajetória para o polo sul lunar.
O módulo orbital da missão foi construído diretamente seguindo o legado da primeira missão lunar indiana, a Chandrayaan-1, que levou instrumentos para identificar gelo de água enterrado nas crateras escuras próximas do polo sul lunar. A sonda carrega 8 diferentes instrumentos científicos a bordo, incluindo duas câmeras, instrumentos para identificar diferentes elementos no regolito da Lua e para calcular a quantidade de gelo de água nele e um instrumento que irá medir os raios-X emitidos pelo Sol.
Agora o módulo de pouso, o lander, está voando sozinho, ele ficará poucos dias na órbita da Lua, passará por uma série de testes para confirmar o seu estado e também passará por ajustes finos na sua posição para executar o pouso na Lua.
Esse momento dramático da missão deve acontecer no dia 6 de Setembro de 2019, por volta das 17:25, hora de Brasília, e deve terminar com uma fase de descida que irá levar cerca de 15 minutos. A zona de pouso da missão é um platô localizado entre duas crateras e, se tudo der certo, será a missão a pousar mais ao sul até hoje, e com isso poderá confirmar as medidas feitas pela sonda Chandrayaan-1.
O pouso acontecerá no início do dia lunar para que se possa maximizar os dados que serão adquiridos antes que a noite lunar congele a sonda e a tire de operação. O módulo de pouso, também conhecido como Vikram, carrega 3 instrumentos, um para estudar a ionosfera da Lua, um para estudar a temperatura numa camada de 10 centímetros abaixo da superfície da Lua e um para estudar os sismos lunares. O módulo de pouso também carrega um retrorefletor laser que os cientistas usarão para medir com precisão a distância entre a Terra e a Lua.
O Vikram também leva um rover, chamado de Pragyan, que pesa cerca de 27 quilos. O rover está programaod para deixar o seu berço no módulo de pouso, 4 horas depois do pouso na superfície lunar. O Pragyam carrega dois instrumentos, que ajudarão o rover a identificar elementos próximos ao local de pouso da missão.
Se tudo der certo, a manobra irá marcar o primeiro pouso suave da Índia na Lua, fazendo dela o quarto país a conseguir tal feito, depois da União Soviética, China e EUA.
Fonte:
https://www.space.com/india-chandrayaan-2-moon-orbiter-lander-separation.html
Artigo original:
spacetoday.com.br