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Todo mundo que acompanha o canal, já sabe a essa altura do campeonato que em 2017, os astrônomos detectaram um objeto que devido a sua órbita, velocidade e outras propriedades foi definido como o nosso primeiro visitante interestelar.
O Oumuamua.
De lá para cá talvez, centenas de trabalhos já tenham sido publicados, sobre a origem, o comportamento, o fato de ser ou não uma nave alienígena, sobre sua cor, rotação e tudo mais que já acompanhamos aqui no canal.
Isso tudo, porque observar e estudar um visitante de outro sistema estelar realmente é algo muito interessante.
Porém, um novo estudo mostra que talvez o Oumuamua não tenha sido o primeiro visitante detectado.
Evidências indicam que em 2014 a Terra foi atingida por um objeto que também tem origem interestelar.
O estudo foi feito pelo Avi Loeb e colaboradores, o nome do Avi Loeb está sempre ligado a esse tipo de estudo.
Eles vasculharam o catálogo do center for Near-earth Objeects studies, catálogo esse que possui eventos que ocorreram na atmosfera da Terra e que foram detectados por sensores espalhados no planeta.
O estudo teve um foco nos meteoros de grande velocidade, pois um objeto com uma alta velocidade é um forte candidato a ser um objeto que não esteja preso gravitacionalmente com o Sol, podendo ter uma origem de fora do sistema solar.
Nesse estudo, os pesquisadores encontraram um meteoro com 0.9 metros de largura que foi detectado em 8 de Janeiro de 2014, a uma altura de 18.7 km e que explodiu na atmosfera em cima da Ilha Manus de Papua Nova Guiné no Pacífico Sul.
A sua alta velocidade, cerca de 216000 km/h e a sua trajetória sugere que ele tenha vindo de fora do sistema solar.
A velocidade indica que ele tenha tido um “empurrão”gravitacional durante a sua jornada, talvez do interior profundo de um sistema planetário ou de uma estrela no disco da Via Láctea.
Se caso esse objeto, ou objetos desse tipo sejam ejetados da zona habitável de suas estrelas, pode ser que eles tenham trazido a vida de outro sistema para o nosso, disse Loeb.
Os pesquisadores analisaram 30 anos de dados e eles descobriram outros dois objetos com alta velocidade, um deles de acordo com as análises estaria preso à força gravitacional do Sol, mas o outro gerou uma incerteza, podendo ou não ser do nosso próprio sistema solar.
Assumindo que a cada 30 pode-se ter 3 objetos com uma potencial origem interestelar, os pesquisadores estimam que exista cerca de 1 milhão desses objetos num volume de 1 UA cúbica na nossa galáxia.
Isso sugere que cada estrela próxima possa estar expulsando de seu sistema uma massa equivalente entre 0.2 e 20 vezes a massa da Terra.
Os pesquisadores disseram que se analisarmos os detritos gasosos dos meteoros interestelares que queimam na atmosfera da Terra isso poderia nos ajudar a ter uma ideia sobre a composição desses objetos.
E no futuro seria possível colocar nos telescópios um sistema de alerta para objetos com grandes velocidades, que logo poderiam ser definidos como interestelares ou não, e a análise do detrito gasoso poderia ser feita quase em tempo real.
E aí, será que já fomos visitados por quantos objetos interestelares?
#MeteoroInterestelar
Fontes:
https://arxiv.org/pdf/1904.07224.pdf
Artigo original:
spacetoday.com.br