Esta Foto da Semana mostra um enorme “V” celeste decorando o céu noturno por cima do Observatório do Paranal do ESO, que está localizado no topo do Cerro Paranal, no Chile.
Um dos braços do “V” pode ser visto claramente melhor que o outro; o braço direito, que aponta em direção ao canto superior direito da imagem, encontra-se desenhado pelo centro repleto de estrelas da Via Láctea. O braço mais tênue, que aponta para o lado esquerdo, é formado por colunas brilhantes de luz zodiacal difusa, um fenômeno causado pela luz solar que é dispersada por pequenas partículas de poeira cósmica.
Apesar da Via Láctea e da luz zodiacal serem ambas frequentemente visíveis no Paranal graças aos famosos céus escuros do local, este alinhamento em “V” é bastante incomum. A luz zodiacal está relacionada com o trajeto da Terra no espaço, uma vez que as partículas de poeira responsáveis pela dispersão da luz solar situam-se no interior de uma nuvem que se encontra no plano da eclíptica (daí o nome nuvem zodiacal e portanto luz zodiacal). Por causa disso, este brilho varia em intensidade e visibilidade ao longo do ano, podendo observar-se melhor na primavera e no outono logo após o pôr do Sol ou antes do nascer do Sol. A oportunidade de observar um raio de luz zodiacal que parece emanar do centro da Via Láctea acontece apenas uma vez por ano, durante o mês de Janeiro. Para saber mais sobre este fenômeno cósmico, veja o ESOcast 82: Luz zodiacal.
Na ponta do “V” temos um dos Telescópios Auxiliares (AT) de 1,8 metros do Very Large Telescope do ESO — que são quatro no total. Cada um destes ATs está alojado num edifício bastante robusto que protege o delicado telescópio e instrumentação associada das condições áridas e inóspitas do deserto que se fazem sentir no local. Podemos ver no fundo da imagem, à esquerda, dois outros ATs.
Esta fotografia foi tirada pelo Embaixador Fotográfico do ESO Petr Horálek.
Crédito:
P. Horálek/ESO
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Artigo original:
spacetoday.com.br