Os radiotelescópios são os receptores de ondas de rádio mais sensíveis do mundo, capazes de encontrar emissões extremamente apagadas de rádio vindas de objetos nos locais mais distantes do universo. Recentemente, uma equipe de astrônomos, usou o Karl G. Jansky Very Large Array, da National Science Foundation para dar uma mão para a natureza e assim detectar uma galáxia distante que provavelmente é o objeto mais apagado em emissões de ondas de rádio, já encontrado.
A descoberta faz parte do projeto conhecido como VLA Frontier Fields Legacy Survey, liderado pelo astrônomo no NRSO Eric Murphy, que usou distintos aglomerados de galáxias como lentes naturais para estudar objetos cada vez mais distantes no universo. Os aglomerados servem como lentes gravitacionais, usando a força gravitacional das galáxias nos aglomerados para distorcer e amplificar a luz e as ondas de rádio vindas de objetos mais distantes.
A imagem apresentada aqui é uma composição, onde a imagem obtida com ondas de rádio pelo VLA foi sobreposta a uma imagem na luz visível obtida pelo Telescópio Espacial Hubble. Os proeminentes objetos que aparecem em vermelho e laranja na imagem são as chamadas relíquias de rádio, grandes estruturas possivelmente causadas por ondas de choque, dentro do aglomerado de galáxias, chamado de MACSJ0717.5+3745, que está a mais de 5 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Observações detalhadas feitas com o VLA mostraram que muitas das galáxias nessa imagem estão emitindo ondas de rádio além da luz visível. Os dados do VLA revelam que uma dessas galáxias, está a mais de 8 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Sua luz e as ondas de rádio, foram distorcidas pelo efeito de lente gravitacional do aglomerado.
A imagem em ondas de rádio dessa galáxia distante, chamada de VLAHFF-J071736.66+374506.4, foi ampliada mais de 6 vezes pela lente gravitacional, disseram os astrônomos. Essa ampliação é o que permite que o VLA a detecte.
“Esse provavelmente é o objeto mais apagado em emissão de ondas de rádio já detectado”, disse Ian Heywood, da Universidade de Oxford no Reino Unido. “Isso é exatamente porque nós queremos usar esses aglomerados de galáxias como poderosas lentes cósmicas para aprender mais sobre os objetos atrás deles”.
“A ampliação fornecida pela lente gravitacional, combinada com a extrema sensibilidade do VLA, nos dá uma visão sem precedente da estrutura da galáxias 300 vezes menos massiva do que a Via Láctea, no momento em que o universo tinha menos da metade da sua idade atual. Isso nos dá também uma valiosa ideia sobre a formação de estrelas nessas galáxias de pouca massa naquele momento e como elas eventualmente se formaram em galáxias mais massivas”, disse Eric Jimenez-Andrade do NRAO.
Fonte:
https://public.nrao.edu/news/cosmic-lens-reveals-faint-radio-galaxy/
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