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Existe um momento na história do universo, entre 2 e 3 bilhões após o big Bang, que os astrônomos chamam de o meio dia cósmico.
O que caracteriza e muito esse momento, foi a alta taxa de formação de estrelas nas galáxias.
E essa alta taxa de formação de estrelas é o que moldou as galáxias para serem o que são hoje.
Para construir a time-line do universo, ou seja, como ele foi se comportando em cada momento da sua história, os astrônomos precisam entender muito bem o que estava acontecendo ali no meio dia cósmico.
Mas estudar galáxias nesse momento do universo é algo bem complicado, são galáxias que estão localizadas a bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Então seria muito bom encontrar aqui perto de nós algum tipo de galáxia que se assemelhe a essas galáxias do meio dia cósmico.
A principal característica dessas galáxias é que elas possuem uma baixa quantidade de elementos mais pesados que o hidrogênio e o hélio, o que os astrônomos chamam de metais.
Para a sorte dos astrônomos existe sim, uma galáxia perto de nós que possui essas características.
Essa é a Pequena Nuvem de Magalhaes, que se torna então um excelente laboratório para se estudar o que acontecia no meio dia cósmico.
Além de ter as mesmas características dasd galáxias do meio dia cósmico, a Pequena Nuvem de Magalhães possui uma região de formação de estrela muito conhecida pelos astrônomos e que é o local de muitos estudos importantes para se entender o que acontecia naquela época do universo.
Estou falando da região de formação de estrelas conhecida como NGC 346.
Acredita-se que as galáxias do meio dia cósmico possuíam milhares de regiões como essa.
Então ao estudar essa região e a formação de estrelas nela podemos ter uma ideia do que acontecia no meio dia cósmico.
E foi isso que os astrônomos fizeram com o James Webb.
Anteriormente os astrônomos só conseguiam estudar as grandes protoestrelas nessa região com mais de 5 vezes a massa do Sol, mas isso trazia uma compreensão incompleta sobre o que está acontecendo ali.
Com o James Webb foi possível explorar mais a região e estudar protoestrelas menores, e descobrir características importantes.
À medida que as estrelas se formam elas acumulam gás e poeira que aparecem como filamentos na imagem do James Webb.
Esse material se acumula em discos de acreção e então alimenta a estrela que está sendo formada.
Com o James Webb os astrônomos detectaram pela primeira vez poeira nesses discos de acreção.
Isso quer dizer que no meio dia cósmico teríamos não só estrelas sendo formadas mas também planetas, e isso mostra que planteas rochosos como a Terra podem ter se formado mais cedo no universo do que se pensava, lá no meio dia cósmico.
É assim que os astrônomos vão aos poucos entendendo cada fase do universo e construindo a time-line de como tudo aconteceu até chegar no que temos hoje.
Os trabalhos continuam nessa região de formação de estrelas, agora estudando ela pelo espectrógrafo do James Webb, o NIRSpec, vamos aguardar novos resultados.
Esse foi um dos grandes trabalhos apresentados durante o congresso da Sociedade Astronômica Americana, o ASS 241.
Fonte:
https://webbtelescope.org/contents/news-releases/2023/news-2023-101
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Artigo original:
spacetoday.com.br