Um estudo publicado pela Nokia revelou aumento nas taxas de infecção de smartphones por malware, mas traçou um panorama ainda mais ameaçador para o mercado da Internet das Coisas. De acordo com o relatório da empresa finlandesa, houve crescimento de 83% no número de celulares contaminados em todo o mundo, representando 85% de todas as ameaças detectadas na rede móvel.
O restante, 15%, pode soar como um número pequeno, principalmente quando se leva em conta que considera a combinação também com computadores, mas também acaba representando o começo de um panorama perigoso para a Internet das Coisas. De acordo com a Nokia, há uma vulnerabilidade cada vez maior nesse tipo de dispositivo e já começaram a surgir ameaças específicas para aparelhos conectados dessa categoria, como foi o caso do Mirai, uma praga que se proliferou no segundo semestre do ano passado e foi utilizada por hackers para realizar ataques DDoS.
A botnet teve grande atividade entre setembro e outubro do ano passado, comprometendo dispositivos e utilizando suas conexões para derrubar páginas e serviços online. A fabricante finlandesa ressalta a necessidade de segurança na Internet das Coisas, um elemento muitas vezes negligenciado que pode levar a novos ataques desse tipo na medida em que os produtos se proliferam.
O segundo semestre de 2016 representou um período com taxa de infecção de 0,9% entre os dispositivos móveis. Em outubro, no ápice do funcionamento do Mirai, entretanto, esse total chegou a 1,35%, constituindo um novo recorde e mostrando que os aparelhos estão se tornando, cada vez mais, um alvo interessante para indivíduos maliciosos.
No relatório, a Nokia ainda pede medidas urgentes tanto dos fabricantes de produtos, com a implementação de dispositivos de segurança mais potentes, quanto de quem os instala, seja em redes domésticas ou corporativas, uma vez que tais equipamentos podem servir como portas de entrada para hackers. Segundo a empresa, medidas de gerenciamento e configuração adequadas já seriam capazes de impedir muitos dos problemas detectados.
Entre os smartphones, o sistema operacional Android continuou apresentando o maior nível de infecção, com 81% do total de aparelhos comprometidos. Dispositivos com iOS e outras plataformas representaram 4% do total.
Os dados foram obtidos a partir de uma solução antimalware implantada pela própria Nokia em redes mobile e levam em conta números de mais de 100 milhões de dispositivos ao redor do mundo. Entram para a conta, por exemplo, celulares, notebooks, desktops e dispositivos da Internet das Coisas.
Fonte: Nokia