Um processo chamado fotoevaporação é uma explicação potencial para várias características dentro da demografia de exoplanetas. A fuga atmosférica observada em exoplanetas jovens do tamanho de Netuno pode fornecer insights e caracterizar quais mecanismos impulsionam essa evolução e em que momentos eles dominam. AU Mic b é um desses exoplanetas, um pouco maior que Netuno. Durante uma órbita observada com o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, AU Mic b parecia não estar perdendo material algum, enquanto uma órbita observada com o Hubble cerca de 1,5 anos depois mostrou sinais claros de perda atmosférica.
AU Microscopii b é um planeta que orbita uma jovem estrela anã vermelha, caracterizada por flares que estão rasgando a atmosfera do planeta. Este fenômeno ocorre de maneira imprevisível, descrito como “soluçando”, um comportamento que é chocante e sem precedentes, já que as interações entre estrelas e planetas costumam ser mais constantes.
Keighley Rockcliffe, da Dartmouth College, observou essa perda atmosférica altamente variável. A equipe está trabalhando para entender essa perda atmosférica variável, crucial para estudar planetas próximos a anãs vermelhas. Questões surgem sobre a sobrevivência e aparência final desses planetas, explorando a possibilidade de habitabilidade ou terminando como planetas escaldantes.
AU Microscopii b é do tamanho de Netuno, com uma atmosfera de hidrogênio, descoberta em 2020 pela NASA. A estrela e o planeta estão a 32 anos-luz da Terra, com a estrela sendo muito jovem, apenas 32 milhões de anos. A estrela mostra flaring significativo e variabilidade, afetando AU Mic b, que orbita apenas 9,6 milhões de quilômetros de distância.
As anãs vermelhas, como AU Mic, são as estrelas mais abundantes da Via Láctea, provavelmente hospedando muitos dos planetas da galáxia. Essas estrelas emitem flares ferozes que irradiam planetas próximos. Esses flares são originados de campos magnéticos fortes nas atmosferas estelares, que quebram e se reconectam, liberando energia enorme.
Para entender a perda atmosférica de AU Mic b, o Telescópio Espacial Hubble foi utilizado. Mudanças no fluxo atmosférico foram observadas, com variabilidade extrema rápida nos surtos da estrela. Astrônomos atribuem essa variabilidade a linhas de campo magnético, e um flare poderoso pode ter fotoionizado o hidrogênio, tornando-o transparente.
O escape de hidrogênio à frente do planeta é intrigante, possivelmente moldado em uma “cauda líder” pela radiação de alta energia da estrela. Mais observações são necessárias para provar essa teoria e explicar a perda atmosférica em tais planetas.
O estudo de AU Mic b fornece insights sobre como as estrelas anãs vermelhas afetam as atmosferas dos planetas. A proximidade do planeta à estrela o torna suscetível a flares, e a idade jovem da estrela vermelha contribui para sua incrível atividade de flaring. A pesquisa levanta questões sobre a habitabilidade de planetas próximos a anãs vermelhas e a imprevisibilidade da perda atmosférica é uma descoberta significativa.
A pesquisa pode ter implicações para a compreensão de outros sistemas semelhantes, e o papel dos campos magnéticos no comportamento estelar é enfatizado. O fenômeno destaca a complexidade das interações estrela-planeta e pode guiar estudos futuros de planetas próximos às suas estrelas.
Os resultados desafiam as expectativas anteriores de comportamento previsível e repetível, contribuindo para a compreensão mais ampla das estrelas anãs vermelhas. A pesquisa abre novas avenidas para explorar a sobrevivência planetária perto de estrelas voláteis e a descoberta do fenômeno da “cauda líder” é única para este sistema.
O estudo sublinha a importância da observação contínua e da coleta de dados, e as descobertas podem influenciar a busca por planetas habitáveis na galáxia. A pesquisa exemplifica a natureza dinâmica e complexa do universo, representando um avanço na pesquisa de exoplanetas. Os insights ganhos podem ser aplicáveis a outros sistemas estrela-planeta jovens, adicionando ao crescente corpo de conhecimento sobre estrelas anãs vermelhas. A pesquisa de AU Mic b é um testemunho das capacidades dos telescópios modernos, lembrando-nos da natureza sempre em evolução e misteriosa do cosmos.
Fonte:
https://hubblesite.org/contents/news-releases/2023/news-2023-015.html
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