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Em 1994, depois ter sido arrumado, o Hubble passou por um grande teste, ele registrou o cometa Shoemaker-Levy 9 todo despedaçado no Sistema Solar, e além disso acompanhou a colisão de cada um de seus pedaços com o planeta Júpiter.
As imagens foram espetaculares e marcaram uma época, mostraram para os astrônomos que cometas podem se despedaçar e que podem bater em planetas.
Como se fosse combinado para comemorar os 30 anos do Hubble no espaço, no mês de abril de 2020, nos dias 20 e 23 de abril de 2020, o telescópio espacial registrou outro cometa despedaçado.
Dessa vez, foi o cometa ATLAS.
Esse cometa foi descoberto em 29 de dezembro de 2019, pelo projeto ATLAS no Havaí , um projeto que é usado para o sistema de defesa espacial mantido pela NASA.
O cometa ganhou brilho rapidamente em março, tanto que muitos astrônomos criaram uma grande expectativa, pois o ATLAS poderia se tornar um dos cometas mais brilhantes da história.
Contudo, o espaço não é brincadeira, o Sistema Solar, já havia despedaçado o Borisov, e dessa vez quem não aguentou foi o ATLAS.
O cometa começou a perder brilho e então se despedaçou, provavelmente no começo do mês de abril.
A desintegração aconteceu a cerca de 146 milhões de km da Terra, quando as últimas imagens do Hubble foram feitas.
No dia 23 de maio, se algum pedaço ainda existir o cometa passará a 116 milhões de km da Terra que será seu ponto mais próximo do nosso planeta, e 8 dias depois passará no seu periélio, a 40 milhões de km do Sol.
As imagens nesse vídeo foram feitas nos dias 20 de abril quando o Hubble identificou 30 fragmentos do cometa e em 23 de abril quando cerca de 25 pedaços foram identificados.
Todos os pedaços ainda se encontravam envelopados pela coma e cauda do cometa.
A mudança do cometa destroçado de um dia para o outro é significante, pedaços desaparecem, se fundem, ou seja é um ambiente bem ativo.
Essas imagens são muito importantes, pois não é muito comum ver um cometa se desintegrando embora possa ser comum o processo de desintegração, e através disso é possível aprender sobre a dinâmica de um cometa.
A ideia dos astrônomos sobre a fragmentação do ATLAS é que o núcleo original se partiu devido aos jatos de gelo sublimado, como essa atividade não é dispersa de forma regular pelo cometa, existem pontos de maior concentração desses jatos isso pode ter ajudado o cometa a se desintegrar.
Mas muita análise ainda precisa ser feita para entender o que acontece com os cometas e como funciona o processo de desintegração.
O Hubble é tão impressionante que pode colocar no seu currículo ter observado dois cometas desintegrados num intervalo de menos de 30 anos, precisa falar mais alguma coisa.
Ah, precisa sim, hoje dia 29 de abril de 2020, faz 30 anos que o Ônibus Espacial Discovery voltou da missão que colocou o Hubble em órbita.
Ou seja, apesar de tudo, tá aí alguns motivos bons para se comemorar alguma coisa.
Fonte:
https://hubblesite.org/contents/news-releases/2020/news-2020-28
#ATLAS #HUBBLE #SPACETODAY
Artigo original:
spacetoday.com.br