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A matéria escura é uma forma invisível de matéria, que é responsável por boa parte da massa do universo e que cria o arcabouço onde as galáxias são construídas.
O grande escritor e físico teórico Brian Greene tem uma das melhores explicações para o que é a matéria escura.
Ele diz que a matéria escura é aquela cola transparente que você usa no dia a dia, ela está ali, colando tudo, mas você não vê.
No caso da matéria escura ela está segurando as estrelas presas às galáxias para que não saiam voando pelo universo.
Mas nós só temos uma identificação indireta da matéria escura, ainda não foi possível uma detecção direta dela.
Além disso, só conseguimos uma boa detecção da matéria escura em grande escala.
No caso das galáxias detectamos a matéria escura em halos gigantescos ao redor das galáxias.
Mas toda a teoria existente por trás da matéria escura, garante que ela deve aparecer em concentrações menores.
Isso é a base para o que conhecemos como matéria escura fria, e que faz parte do modelo que usamos para entender o universo, o famoso, modelo lambda da matéria escura fria.
Encontrar essas pequenas aglomerações de matéria escura no universo, nas galáxias, é uma tarefa muito desafiadora.
E quando se tem um grande desafio na astronomia, os astrônomos costumam chamar um personagem especial para entrar em ação e tentar resolver esse mistério.
Ele mesmo, o Telescópio Espacial Hubble.
E para tentar solucionar mais esse mistério no universo, os astrônomos resolveram usar algo que o Hubble é especialista.
A lente gravitacional.
Os astrônomos selecionaram 8 quasars distantes, ou seja, 8 galáxias com um buraco negro supermassivo e em constante alimentação que emite um brilho intenso e que são muito distantes.
E selecionaram galáxias alinhadas a esses 8 quasars.
Para isso, os astrônomos usaram o projeto SDSS e o Dark Energy Survey que tem um mapeamento tridimensional dessas estruturas no universo.
Os quasars selecionados estão a 10 bilhões de anos-luz de distância da Terra, e as galáxias que serviram de lente estão a 2 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Os pesquisadores então capturaram a luz infravermelha de cada um dos quasars.
E notaram que o brilho e a posição de cada uma das imagens distorcidas dos quasars criadas pelo efeito de lente gravitacional estavam alteradas.
Os astrônomos compararam essas medidas com as previsões sobre como seria a imagem do quasar sem a distorção.
E através dos modelos, chegaram a conclusão que somente a presença de pequenas aglomerações de matéria escura é que poderiam distorcer a imagem dos quasars que eles estavam observando.
Com a técnica desenvolvida eles puderam calcular a massa dessas concentrações de matéria escura.
E descobriram concentrações com 1/10000 e 1/100000 vezes a massa do halo de matéria escura da Via Láctea.
Essas minúsculas aglomerações de matéria escura comprovam o que a teoria previa sobre o comportamento desse intrigante constituinte do universo.
E só o Hubble, com a sua sensibilidade seria capaz de detectar.
Os astrônomos agora esperam o lançamento dos novos telescópios espaciais como o James Webb e o WFIRST para realizar medidas adicionais.
Lembrando que ambos são telescópios espaciais que atuarão no infravermelho, facilitando a medida dessas aglomerações.
Com isso os astrônomos esperam em breve desvendar mais uma parte do quebra-cabeça que é entender a matéria escura, a sua origem e a sua constituição, um passo importante para entender o universo onde vivemos.
Fontes:
https://www.nasa.gov/feature/goddard/2020/hubble-detects-smallest-known-dark-matter-clumps
https://hubblesite.org/uploads/science_paper/file_attachment/526/stz3480.pdf
https://hubblesite.org/uploads/science_paper/file_attachment/522/stz3588.pdf
#DarkMatter #Hubble #SpaceToday
Artigo original:
spacetoday.com.br