O Google falou um pouco mais sobre como funciona o processo de atualização do Maps, um de seus principais serviços que, agora, utiliza sistemas de inteligência artificial para atualizar listagens e adicionar informações sobre estabelecimentos automaticamente. A plataforma usa as fotos do Street View para obter um fluxo de informações atualizado e mais preciso sobre as localidades exibidas.
A mágica acontece através do deep learning, espécie de sistema que faz com que a máquina aprenda a lidar com os dados da melhor forma na medida em que mais informações são obtidas. O algoritmo usado pelo Google é capaz de reconhecer números e letras até mesmo a partir de fotos borradas, solucionar abreviações (transformando “av.” em “avenida, por exemplo) ou diferenciar placas de outros objetos do ambiente.
Mais do que isso, o sistema também é capaz de melhorar as próprias imagens do Street View através de uma combinação de fatores. Uma mesma placa, por exemplo, pode aparecer borrada em uma imagem e clara em outra, com o algoritmo unindo as duas informações e alterando digitalmente a imagem para que as informações sejam visíveis.
Foi um processo gradual que começou em 2008, quando a empresa se viu diante da necessidade de borrar rostos de transeuntes e placas de carros em prol da segurança. Quando o sistema se saiu bem em realizar essas tarefas automaticamente e foi evoluindo, ele passou a ser usado também para reconhecer números e placas de rua. Na sequência, o projeto Ground Truth, como é chamado, foi ganhando mais e mais complexidade.
Ele foi o primeiro, por exemplo, a usar as unidades de processamento Tensor para realizar a apuração das mais de 80 bilhões de imagens obtidas. Mais tarde, os chips acabaram se transformando em lugar comum na infraestrutura de dados da empresa por terem maior eficiência energética e velocidade em relação aos componentes que eram utilizados pela companhia.
Segundo o Google, atualmente o sistema apresenta uma taxa de erros de 15,8%. O número pode parecer alto, mas, em análise posterior, a empresa percebeu que 48% desses equívocos estão relacionados a situações do mundo real, como placas mal colocadas, bloqueadas por outros objetos ou com erros de escrita. Assim, para a companhia, o sistema acaba tendo sua taxa de problemas reduzida, fechando com um índice semelhante ao das principais IAs do mercado.
Apesar de todo o avanço, o Google reconhece que a missão está longe de chegar ao fim. A empresa disse que continua trabalhando nos algoritmos de inteligência artificial para garantir que as indicações estejam sempre corretas e sejam fieis à realidade.
Fonte: Google