Ferramentas de bloqueio de propagandas, como AdBlock e AdBlock Plus, figuram entre as extensões mais baixadas nos navegadores de internet — algo natural, já que o volume de publicidade na web aumentou de forma assustadora. Só que mais curioso ainda é um rumor divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Wall Street Journal: o Google planeja um bloqueador próprio de anúncios para o Chrome.
De acordo com a publicação, a ideia não é barrar todas as propagandas, mas apenas aquelas consideradas ruins pela Coalition for Better Ads, grupo que tem a participação do Google, Facebook, agência Reuters e outras grandes empresas que condenam o uso discriminado de pop-ups, vídeos automáticos com som ligado, banners com contagens regressivas para visualizar conteúdo e outros tipos de anúncios ofensivos na rede.
O suposto bloqueador funcionaria em todas as versões do browser do Google — mobile e desktop —, e poderia ser ativado por padrão pela gigante das buscas. A companhia também estaria estudando se é vantajoso bloquear anúncios individualmente ou quaisquer publicidades que não oferecem uma experiência agradável aos usuários.
Um ad-blocker nativo no Chrome poderia reduzir a utilização de apps de terceiros. E esse seria justamente o motivo pelo qual o Google estaria disposto a investir nesse tipo de ferramenta. Segundo um estudo recente, 26% dos usuários de desktop possuem instalado algum tipo de ferramenta para impedir a abertura de propagandas. A companhia não quer ver esse número aumentar, mas também não quer a expansão de alternativas que ocultam esses anúncios.
Logo, o ideal para a empresa seria ter um bloqueador nativo em seu browser. Além de ter uma autonomia maior no Chrome, que detém 52% de participação entre os principais navegadores da web, o Google teria uma maneira de combater esses apps de terceiros, que cobram uma taxa dos anunciantes, incluindo do próprio Google, para colocá-los em sua lista de propagandas aceitáveis. A Eyeo GmbH, desenvolvedora do AdBlock Plus, vende anúncios por meio desse programa.
Além disso, um ad-blocker próprio no Chrome poderia ajudar na migração de usuários para outros navegadores. O Opera e o Brave, por exemplo, já utilizam uma ferramenta nativa de bloqueio de anúncios.
O que iria diferenciar essas opções do Chrome é que, se o Google optar por analisar propagandas de forma individual, os donos dos sites seriam forçados a monitorá-los com muito mais frequência para checar se as páginas estão dentro dos padrões exigidos pelo Chrome. Consequentemente, isso poderia elevar ainda mais os lucros do Google com publicidade, uma vez que a maior parte da receita vem de anúncios — só no ano passado foram US$ 60 bilhões.
Especula-se que a expansão seja lançada “dentro de algumas semanas”, possivelmente durante a conferência Google I/O, em maio. Procurado pela equipe do WSJ, o Google não quis comentar o assunto.
Fonte: The Wall Street Journal, com informações do Gizmodo, TechCrunch