Quando nós falamos em buracos negros supermassivos, falamos que eles se localizam no centro da maior parte das grandes galáxias.
Normalmente as galáxias elípticas e espirais de grande dimensão, como a Via Láctea, que abriga no seu centro um buraco negro com uma massa de 4 milhões de vezes a massa do Sol.
Porém, no universo existem galáxias bem pequenas, as chamadas galáxias anãs. A Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães são exemplos de galáxias anãs, que até são grandes para esse tipo de galáxia.
No reino das galáxias anãs existem galáxias menores ainda, as chamadas galáxias anãs ultracompactas. Essas galáxias têm centenas de anos-luz de diâmetro e abrigam poucos milhões de estrelas.
Só para você ter como comparação, a Via Láctea tem cerca de 150 mil anos-luz de diâmetro e abriga cerca de 400 bilhões de estrelas.
Desse modo, se pensarmos intuitivamente seria praticamente impossível encontrar um buraco negro supermassivo numa galáxia anã ultracompacta, certo? Pensou errado meu amigo!!!
Como eu falo, o universo está aí para te dar uma rasteira atrás da outra.
Recentemente os astrônomos estudaram uma dessas galáxias, a UCD3, uma galáxia anã ultracompacta localizada a 70 milhões de anos-luz da Terra, com cerca de 300 anos-luz de diâmetro e com 100 milhões de estrelas e descobriram um buraco negro supermassivo com 3.5 milhões de vezes a massa do Sol, ou seja, quase do tamanho do nosso buraco negro supermassivo.
Se já é complicado explicar a existência das galáxias anãs ultracompactas, imagina explicar que uma galáxia dessas contém um monstro desses.
Ainda mais que no caso dessa galáxia, o buraco negro supermassivo é responsável por 4% da massa da galáxia enquanto que nas grandes galáxias os buracos negros supermassivos equivalem a menos de 1% de sua massa.
São poucas as galáxias anãs ultracompactas conhecidas, isso dificulta muito encontrar uma explicação, acredita-se que essas galáxias sejam restos de galáxias menores que foram arrancados depois da colisão de duas grandes galáxias, ou que elas sejam formadas pela junção de grupos de estrelas.
Os astrônomos descobriram o buraco negro analisando a velocidade com a qual as estrelas giravam na galáxia.
Para saber se buracos negros em galáxias anãs ultracompactas são raros ou não e para tentar encontrar uma explicação definitiva para isso, os astrônomos precisam descobrir mais desse tipo de galáxias e mais galáxias como essas com buracos negros no seu centro.
Enquanto isso, o universo não para de nos surpreender.
Fonte:
Artigo:
https://arxiv.org/pdf/1804.02938.pdf
Artigo original:
spacetoday.com.br