A curta série de jogos era meio tosca, mas boa demais.
Essa semana saiu uma matéria no site do gizmodo sobre os quinze anos do primeiro Force Unleashed. Cara, como eu amava esse jogo! Mas será que ele envelheceu bem? Bota o joystick pra carregar e vem comigo pra ver!
Star Wars têm batido cartão no mundo dos videogames há décadas, e explorado cada gênero e plataforma possível que se possa imaginar (quem não se lembra do Reorno de Jedi no bom e velho Super Nintendo?). Alguns se tornaram os favoritos do público ao longo do tempo, como os jogos da série Jedi Fallen order & Survivor(da Respawn Entertainment) e Knights of the Old Republic da BioWare e Obsidian.
Entre esses queridinhos do público está a breve série Force Unleashed. O primeiro jogo completou recentemente 15 anos e seu principal atrativo está no título – unleashed, do inglês liberta, solta, desimpedida que no jogo significa que eu faço o que eu quiser e ninguém vai me impedir. Embora não seja o primeiro jogo de Star Wars em que os jogadores utilizam a Força, sua inovação veio ao dar a chance de os jogadores a utilizarem em seu mais violento e brutal potencial com rajadas telecinéticas, controle da mente e – basicamente – fritar os inimigos com raios da Força. Quem não gostaria de algo assim? (não digam ao mestre Yoda que eu falei isso, por favor)
Apesar de na jogabilidade o jogo ser um grande “faça o que queres, pois é tudo da lei”, do ponto de vista da narrativa o foco principal era algo um pouco mais elevado – ao ponto que tentava fazer conexão entre as trilogias original e prequel através de uma história original e um personagem novo – Starkiller, que Vader raptou quando era criança e treinou como seu aprendiz secreto para caçar sobreviventes Jedi da Ordem 66 (ao que parece Anakin Skywalker/Darth Vader já adotavam órfãos muito antes do Pedro Pascal).
Para uma franquia com tantos personagens queridos pelo público, Starkiller era um personagem originalíssimo. Durante o decorrer do primeiro jogo, ele se depara com uma série de personagens tanto do Universo Expandido quanto personagens da linha principal de filmes, gera a faísca que acenderá o fogo da Rebelião e consegue sobreviver a nada mais, nada menos que… Vader e Palpatine.
Não, você não leu errado. Ele bate de frente com ambos.
Entre seus personagens coadjuvantes estão um interesse amoroso que serve como piloto de sua nave e um dróide que toma a forma dos usuários de sabres de luz anteriores para treinar seu mestre em formas de combate. (Me pergunto se isso influenciou nos personagens Hera Syndulla e o dróide Huyang).
Tudo isso é apresentado de uma forma leve e até cômica – como Star Wars consegue ser até hoje – mas muito cativante. Na época a Lucasfilm realmente queria passar a ideia de que Force Unleashed era uma parte importante de Star Wars, no mesmo patamar dos filmes. Afinal de contas, até hoje nós temos o que é e o que não é canônico dentro do Universo Expandido. Daí então o texto de abertura subindo na tela e as transições de câmera que podemos ver nas cutscenes do jogo. Mas o jogo também queria ter uma identidade própria, o que conseguiu ao extrapolar as possibilidades da Força – elevando esses poderes à enésima potência. O prólogo em Kashyyk tem Vader abrindo caminho entre wookies à Força (ba-dum-tch!) como se eles não fossem nada enquanto a Marcha Imperial toca ao fundo. Starkiller era capaz de lançar inimigos do outro lado da arena, segurar Caças Tie em pleno vôo e até mesmo derrubar um Star Destroyer – o que se tornou um ponto alto que vendeu a ideia do jogo muito bem.
Para um cara como eu, recém saído da adolescência, Force Unleashed era o jogo perfeito da minha saga favorita: sabres de luz incríveis e de diversas cores utilizados em conjunto com telecinese e raios da Força pra derrubar monstros e soldados desprevenidos (que acabavam por ser bucha de canhão). Você saltava à grandes distâncias, usava poderes da Força à torto e à direito, procurava nos cantos mais escondidos do mapa as roupas diferentes para o Starkiller e os diferentes cristais de diferentes cores para seus dois – sim, dois – sabres de luz. Foi um dos primeiros jogos que permitia esse nível de customização. Embora os níveis fossem meio lineares (em Jedi Fallen Order também eram, e sem fast travel – o que foi extremamente irritante e corrigido na continuação) você podia explorar bastante e se não prestasse atenção, perdia itens valiosos. E tudo isso numa história que te engajava, te fazia querer mais e mais… E com alguns plot twists BEM interessantes.
O Force Unleashed original foi um best-seller na época e teve uma sequência em 2010 que não teve uma recepção tão boa quanto seu antecessor. Ainda assim, e após os jogos serem declarados não-canônicos, ambos os títulos foram um marco para os fãs de Star Wars. Para muitos, os jogos se tornaram uma forma semi-definitiva sobre como eles viam a franquia. Se a trilogia prequel transformou os Jedi em super-heróis com seus saltos mortais e giros de sabre de luz, Starkiller era o cara novo que mudaria o jogo . Até hoje, os fãs o amam e continuam esperando que de alguma forma o personagem se torne canônico. Marrok, alguém? É… não foi dessa vez, pessoal. (corta pro som de eu chorando ao fundo depois de me entopir de teorias).
No âmbito maior de Star Wars, não seria tão errado dizer que simplificar as habilidades da força foi parcialmente uma resposta aos personagens apelões de Force Unleashed como o Starkiller. No geral, podemos ver como os dois jogos deram o tom de como a franquia continuaria: os jogos da Respawn têm um comprometimento de mostrar o que é possível em Star Wars e o que nãio é, em momentos de grande poder e fantasia ao mesmo tempo em que utiliza personagens já existentes. E sem esses jogos o ator Sam Witwer provavelmente não teria sido a voz de Darh Maul em Clone Wars e Rebels. Eu não sei vocês, mas eu consdero o desenvolvimento desse personagem um dos melhores em toda a saga.
Force Unleashed tem até hoje seu charme, o que permitiu que continuasse a ser cultuado nos últimos quinze anos. É o tipo de jogo que não se faz mais – hoje em dia jogos de grandes marcas como Star Wars têm que se ater à um cânone mais amplo. Não dá pra fazer freestyle com as regras do universo onde essa peça de mídia se insere.
Mas às vezes tudo o que você precisa é de um jogo como Force Unleashed, mesmo que seja pra quebrar as regras daquela galáxia muito distante de uma maneira leve, apelona e divertida.
Star Wars: The Force Unleashed pode ser jogado no Nintendo Switch, PC, Playstation Plus (no tier Premium, ainda não disponível no Brasil), Xbox Series X/S através de retrocompatibilidade. Star Wars: The Force Unleashed II não está disponível no Nintendo Switch atualmente, mas nas outras plafatormas citadas, sim.
Henrique/Sirius
Professor no fim do Mundo
Jedi & Mandalorian Builder nas horas vagas
O post Force Unleashed foi o jogo mais videogamístico de Star Wars que já existiu apareceu primeiro em Sociedade Jedi.
Artigo original:
sociedadejedi.com.br