Um foguete Long March 3B decolou do Xichang Satellite Launch Center, ou XSLC, nessa segunda-feira, dia 12 de Fevereiro de 2018, numa missão para reestabelecer o sistema de navegação por satélite da China.
O foguete foi lançado do Launch Complex 2 do XSLC, às 03:03 hora de Brasília, com um par de satélites de navegação BeiDou-3. Embora a imprensa chinesa não tenha falado nenhum detalhe sobre a missão, assume-se que o voo durou algumas horas já que a carga útil foi colocada numa órbita média da Terra, uma MEO.
A missão dessa segunda-feira, dia 12 de Fevereiro, que colocou os satélites BeiDou-3 M3 e M4 em órbita, estava originalmente prevista para ser lançada em 11 de Janeiro de 2018. Contudo a China decidiu enviar o BeiDou-3 M7 e M8, naquele dia, ao invés de lançar o M3 e M4. A próxima data de lançamento foi programada para o dia 11 de Fevereiro de 2018, mas então o voo foi adiado por 24 horas. O atraso dessa vez aconteceu devido à visita do presidente chinês, Xi Jinping ao local de lançamento.
Após o lançamento o foguete Long MArch 3B completou uma curta ascenção vertical. Ele então começou a rumar para sudeste passando por cima da ilha de Hainan, em direção à região sul do Mar da China. O veículo de lançamento voou com um estágio superior chamado de Yuanzheng-1, ou YZ-1, que ligou seu motor YF-50D 20 minutos depois de deixar a plataforma de lançamento. Ele gastou seu combustível cerca de 3 horas depois de estar em voo, que foi seguido pelo lançamento da carga na MEO.
A inserção orbital realizada com sucesso foi confirmada por Xinhua. A agência de imprensa estatal disse que os satélites entraram em órbita mais de 3 horas depois do lançamento.
Partes do Long March 3B aparentemente caíram na Terra, no condado de Tianlin, localizado no sul da China. Vários jornalistas, e usuários de redes sociais postaram imagens do foguete.
O BeiDou-3 M3 e BeiDou-3 M4 estão baseados num novo chassis dedicado ao satélite e pesam uma tonelada métrica.
“A China desenvolveu uma nova geração de plataforma para satélites de navegação que permitem que um único foguete envie dois ou mais satélites no espaço, em 2010, disse Wang Ping, o desenhista chefe do chassis do BeiDou-3.
Ambos os satélites possuem dois painéis solares que são abertos e foram desenhados para um período operacional de 12 anos. Os dois satélites devem ficar numa MEO a 21500 km de altura e com uma inclinação de 55.5 graus.
O BeiDou-3 M3 e M4 representam a terceira fase do sistema BDS. Esse é o estágio final de estabelecimento da arquitetura de navegação chinesa baseada no espaço. Quando completa, a constelação deverá ter 27 satélites BeiDou-3M em MEO, 5 satélites BeiDou-3G em órbita geoestacionária, ou a GTO, e 3 satélites BeiDou-3I numa órbita geosíncrona inclinada, uma IGSO.
Nomeados em homenagem ao termo chinês usado para a constelação do Big Dipper, o projeto BeiDou, foi formalmente lançado em 1994. O primeiro satélite BeiDou foi lançado em 200. Em 2012, uma rede regional já estava começando a tomar forma, fornecendo posicionamento, navegação, hora, e um serviço de mensagens curtas na China e em alguns outros países da Ásia. O primeiro satélite BeiDou-3 foi lançado em Março de 2015.
O foguete de 3 estágios Long March 3B que foi usado no voo dessa segunda-feira, tem 55 metros de altura e é capaz de enviar 12 toneladas métricas de carga para a órbita baixa da Terra, ou 5 toneladas métricas de carga numa GTO. Para alguns lançamentos, o foguete é equipado com o estágio superior Yuanzheng-1.
A missão dessa segunda-feira foi o voo de número 267 para um membro da família de foguetes Long March, e o sétimo lançamento da China esse ano, sendo que tem entre 35 a 40 lançamentos planejados, quase 1 por semana. Esse foi o terceiro lançamento de um par de satélites BeiDou-3 no intervalo de pouco mais de 3 meses.
O próximo lançamento chinês está programado para o dia 20 de Fevereiro de 2018, quando o CubeSat Taurus-1 será lançado em órbita desde o Taiyuan Satellite Launch Center na província de Shanxhi, mas os oficiais ainda não disseram qual foguete realizará esse lançamento.
Fonte:
Artigo original:
spacetoday.com.br