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Descobrir exoplanetas, ou seja, planetas fora do nosso Sistema Solar, como eu falo em todos vídeos e até falei essa semana, não é uma das tarefas mais fáceis que se tem.
E descobrir satélites naturais desses exoplanetas então?
Isso é tão mais complicado que até o momento não se tem nenhuma Exo-Lua confirmada.
As Exo-Luas são muito pequenas e detectá-las é uma tarefa muito complicada.
Mas isso pode estar mudando.
Astrônomos acabam de anunciar o que é até agora a mais forte evidência para a descoberta de uma Exo-Lua.
Para isso os astrônomos estudaram 284 exoplanetas descobertos pela missão Kepler que têm um período orbital maior que 30 dias.
E desses, um chamou a atenção, o Kepler-1625b.
Esse exoplaneta apresentou uma estranha assinatura, no seu dado de trânsito que sugere fortemente e a presença de um satélite natural.
Os astrônomos detectaram pequenos desvios e variações na curva de luz.
Com esses dados em mãos, os astrônomos usaram o Telescópio Espacial Hubble para observar e estudar o planeta.
Os pesquisadores monitoraram o exoplaneta, antes e durante o seu período de 19 horas em que transita a estrela.
Depois que o trânsito terminou o Hubble foi capaz de detectar uma segunda diminuição, muito menor no brilho da estrela, aproximadamente 3.5 horas depois.
Essa segunda queda de brilho é consistente com a presença de um satélite natural na órbita do planeta.
Outro ponto a favor da exo-lua é que o Hubble notou que o trânsito do planeta ocorreu mais de uma hora antes do que o previsto. Isso indica a presença de um satélite natural que fez com que o planeta sofresse variações e o trânsito começasse antes do previsto.
Podia ser um outro planeta no sistema, sim, podia, mas o Kepler não detectou a presença desse segundo planeta .
E o que os pesquisadores tem no momento é que a presença de um satélite natural na órbita do exoplaneta é a explicação mais simples e mais natural para a segunda queda de brilho identificada.
O satélite natural possivelmente detectado teria 1.5% da massa do exoplaneta que ele orbita, e o exoplaneta tem algumas vezes a massa de Júpiter se situando na constelação de Cygnus e a cerca de 8000 anos-luz de distância da Terra.
Os pesquisadores ainda não bateram o martelo na confirmação dessa exo-lua, mas disseram que esse é o caso com as evidências mais fortes para tal descoberta.
Os astrônomos precisam de mais horas de observação do Hubble para confirmar essa exo-lua e também esperam que com o James Webb essa confirmação e a descoberta de outros satélites naturais em exoplanetas possa ocorrer mais facilmente e mais rotineiramente.
Fontes:
https://www.spacetelescope.org/news/heic1817/?lang
http://hubblesite.org/news_release/news/2018-45
Artigo:
http://advances.sciencemag.org/content/advances/4/10/eaav1784.full.pdf
Artigo original:
spacetoday.com.br