Os estranhos planaltos de Vênus podem ser brilhantes. O nosso
planeta vizinho é polvilhado com centenas de domos que possuem centenas de
metros de altura e que aparecem diferentes do resto da superfície do planeta.
Essa diferença pode ser causada pelo fato que eles podem ser feitos de
cogumelos de cristais que foram espremidos desde a subsuperfície de Vênus.
A maior parte da superfície de Vênus é composta por planícies,
moldadas pela lava que inundou todo o terreno no decorrer da história geológica
do planeta. Mas, no meio desses fluxos de lava, relativamente sem muita feições
interessantes, estão localizados domos com flancos inesperadamente íngremes que
veem confundido os pesquisadores por décadas, pois eles parecem improváveis de terem
sido produzidos pelo mesmo processo dominante que moldou o resto da superfície
do planeta.
Mas agora, aparentemente existe uma solução para esse mistério. Os
domos com flancos íngremes provavelmente foram formados por uma lava mais
espessa, ou mais viscosa, do que aquela que inundou o resto da superfície.
A analogia para entender isso é a seguinte, se você derramar óleo
sobre uma mesa, ele irá fluir por toda a mesa, sem criar grandes acumulações,
ou protuberâncias, ou seja, no final teremos uma superfície plana, porém
coberta de óleo, agora, se você jogar na mesa algo mais viscoso, por exemplo,
manteiga, ela não vai fluir como o óleo mas pode formar protuberâncias, que no
caso de Vênus seriam esses domos.
No caso do planeta, essa substância mais viscosa pode vir em forma
de um cristal pastoso, algo muito similar a algumas paisagens que são
encontradas e estudadas em Chipre. Essa pasta de cristal que geram as montanhas
em Vênus é composta inteiramente de cristais de olivina verde, com 1 centímetro
de tamanho.
Esses grandes cristais se formam enquanto o magma ainda está na
subsuperfície. Eles são deixados para trás quando o resto do magma, ainda líquido
soergue na crosta, pois ele é mais quente e flutua mais do que a rocha ao
redor. Mas quando uma falha rompe a crosta do planeta, o magma cristalizado
pastoso pode ir parar na superfície, pois ele é espremido, como a pasta de
dente num tubo.
Em Chipre é possível observar essas falhas que permitem que esse
material pastoso chegue até a superfície
e provavelmente, algo parecido acontece com Vênus. O que se vê em Vênus
depende da profundidade onde o magma é resfriado, mas ele é preenchido com
rochas com grandes cristais vermelhos e verdes.
Essa explicação, diferente de outras, explicaria porque os domos
tendem a aparecer perto de outras paisagens vulcânicas, pois eles se formariam
através de um processo similar. Essa hipótese pode ser testada se enviarmos
novas missões para Vênus no futuro.
Fonte:
Artigo original:
spacetoday.com.br