Uma escola no bairro do Morumbi, em São Paulo, decidiu incluir um módulo voltado para League of Legends durante as aulas de Educação Física às turmas do 6º e 9º ano. E isso depois de receber a sugestão de um aluno fã do game.
Erik Bonn, de 14 anos, está no 8º ano e disse ao UOL Jogos não gostar muito de esportes — no caso, aqueles que você precisa movimentar o corpo todo. Foi então que ele encontrou uma maneira de se “exercitar”: através de World of Warcraft, e mais tarde em partidas de LoL. Depois, veio a ideia de sugerir à direção do colégio sobre a inclusão do game na grade estudantil.
“Eu nem acreditei que aceitaram isso”, contou Erik, que preparou até uma apresentação com 37 slides mostrando a importância de tornar o título da Riot Games em um esporte escolar. Hoje, cada aula consiste em completar objetivos no jogo, como matar 80 tropas, por exemplo. A disciplina começa com os professores ensinando os novatos as mecânicas do título, seja através de tutoriais ou treinamentos básicos. Só depois é que eles jogam entre si em partidas arranjadas.
A novidade não elimina por completo as quatro aulas semanais de Educação Física, mas estudantes interessados podem optar por substituir uma dessas aulas pelos ensinamentos de LoL, que acontecem toda segunda-feira. Contudo, a procura foi tão grande que a aula já conta com dois horários.
“Eu acho sensacional uma classe dessas jogando junto. São pessoas que você convive sempre, que são seus amigos e aí você junta todo mundo para jogar e trabalhar em equipe”, destacou Erik.
Uma das colegas de classe de Erik, Letícia Oliveira, 14, disse ter começado a jogar porque também não é muito fã de esportes, mas que “é legal jogar com todo mundo junto”. Mesma opinião das amigas Maria Fernanda Basílio e Mariana Domingues, ambas com 11 anos. “Eu e a Maria somos amigas porque somos da sala do 6º ano e a gente queria experimentar mesmo sem saber jogar”, comentou Mariana.
Nicole Santana, que é plantonista de Química no colégio e joga League of Legends há mais de um ano, acredita que esse tipo de atividade ajuda a entender o trabalho em equipe, e que isso é bom não só na vida acadêmica, mas também na profissional. “Às vezes a vida acadêmica tem muita pressão, e você ter a oportunidade de jogar com seus amigos na escola pode auxiliar até no rendimento escolar do aluno. Se você dá uma alternativa para o aluno fazer uma coisa divertida, faz com que ele vá melhor nas outras aulas para ele poder participar do jogo”, afirmou.
Lyns Cardenuto, professor de Educação Física na instituição, também é a favor da proposta, mas diz ser preciso diferenciar o esporte eletrônico da atividade física. “Hoje em dia os eSports lotam estádios para competições, isso é diferenciado. [O jogo] Vale muito para raciocínio e isso é importante para os alunos. Mas para mim isso não é esporte, é um jogo de computador. Tem que diferenciar o esporte da atividade física e o eSport de computador que o aluno fica sentado ali”, disse.
Fonte: UOL Jogos