As sondas Voyager são os artefatos artificiais construídos pelo homem que estão mais longe de nós, as duas sondas estão viajando no chamado espaço interestelar depois de terem sido lançadas no ano de 1977 com apenas 16 dias de intervalo entre elas numa missão que passou por Júpiter e Saturno e que no caso da Voyager 2 ainda visitou Urano e Netuno.
Apesar de estarem no espaço por quase 42 anos, as sondas continuam a fazer o seu trabalho. Isso é muito mais tempo do que qualquer outra sonda espacial na história. E agora a NASA está com um plano para conseguir fazer mais ciência com as sondas antes que elas parem de operar de forma definitiva.
As duas sondas usam como combustível uma pilha nuclear, o que significa que elas usam um gerador termoelétrico de radioisótopos para produzir o calor e a eletricidade que fornece energia para seus instrumentos e que mantem todo o sistema numa temperatura operacional. De acordo com a NASA existe combustível radioativo para manter a Voyager funcionando até 2025 e a Voyager até 2020. Essa diferença se dá pelo fato da Voyager 2 possuir outros instrumentos.
Para economizar energia, a equipe agora decidiu desligar o aquecedor para o instrumento do subsistema de raios cósmicos, o CRS da sonda Voyager 2. Esse é o instrumento que confirmou no mês de Novembro de 2018 que a sonda estava fora da helioesfera e que finalmente cruzou o espaço interestelar. O instrumento está agora numa temperatura de -59 graus Celsius, mas continua trabalhando. Isso é bem abaixo da menor temperatura testada para o CRS, e se juntou ao espectrômetro ultravioleta que tem uma grande resiliência.
“É incrível que os instrumentos da Voyager estão provando ser tão duros na queda”, disse Suzanne Dodd, Gerente de Projeto da Voyager, do Jet Propulsion Laboratory da NASA. “Nós estamos orgulhosos que estamos passando pelo teste do tempo. A vida longa das sondas significa que nós estamos lidando muito bem com cenários que nós nunca pensamos em encontrar antes. Nós continuaremos a explorar cada opção que nós temos para manter as sondas Voyagers fazendo a melhor ciência possível”.
As escolhas que a equipe está fazendo não são fáceis. Para fazer o melhor que elas podem para explorar o Sistema Solar além da influência do Sol, a equipe precisa decidir continuar a viagem com menos instrumentos. Instrumentos adicionais serão desligados em breve.
“As duas sondas Voyager estão explorando regiões nunca antes visitadas, assim sendo, a cada dia que passa, é o dia de uma nova descoberta”, disse Ed Stone, Cientista de Projeto da Voyager, que fica no Caltech. “A Voyager continua nos surpreendendo com novas ideias sobre o espaço profundo”.
É crucial que o aquecimento seja mantido nas linhas de combustível para os foguetes para que possa fazer com que as antenas fiquem voltadas para a Terra. Os dados que são adquiridos da Voyager 1 da Voyager 2, levam, respectivamente 20 horas e 10 minutos e 16 horas e 40 minutos para chegar na Terra.
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Artigo original:
spacetoday.com.br